O Parc Güell é a oportunidade que Antoni Gaudí precisava para dar palco a sua espiritualidade. Para esse catalão católico fervoroso e amante da mitologia grega clássica, o parque é uma analogia simbólica ao seu próprio eu e, por isso, ele começa pelo Paraíso. E foi feito à pedido do conde Eusebi Güell.

ERA PRA TER SIDO UM CONDOMÍNIO

O Parc Güell era para ter sido um condomínio para a aristocracia catalã. Inspirado nos moldes das cidades-jardins inglesas. Contudo, contratos de aluguéis complexos, a falta de acessibilidade e concepção exigente fizeram com que apenas duas das 60 casas fossem vendidas. E, no fim, a área se tornou um grande jardim privado. 

Contudo, não há como negar que o desfecho revelou uma das mais belas expressões do artista. Gaudí conseguiu dar vida aos seus sonhos como só um gênio seria capaz de fazer. E tudo feito com a colaboração de outros grandes nomes como Josep Maria Jujol, Francesc Berenguer, Joan Rubió e Llorenç Matamala

O Parc Güell, localizado em uma área muito verde, é a harmonia entre o que é natural e o que é feito pelo homem; de um jeito que um mais parece a extensão do outro. As estruturas se erguem do solo e rompem barreiras entre o natural e o artificial. Nesse espaço, o artista utiliza de técnicas da arquitetura orgânica, que tentam integrar espaços internos e externos. O resultado são estruturas fluidas, sustentáveis e, ao mesmo tempo, funcionais e lindas. E assim, ele constrói um espaço que marca a cidade de Barcelona e que todos que conhecem a cidade precisam visitar!

ZONA MONUMENTAL

A zona monumental do parque, desenhada por Gaudí e que ocupa 12 hectares, é composta por vários elementos que parecem ter saído diretamente de sua imaginação. Aliás, essa é a parte que você costuma ver nas fotos de quem visita o parque. Fotos que emolduram elementos aparentemente espalhados mas que, na realidade, se conversam — seja por meio de uma história ou de suas estruturas’. E assim, criam um espaço único, considerado pela Unesco como Patrimônio Mundial. 

Em um passeio que dura mais ou menos 40 minutos, você vai passar, por exemplo, por meio de colunas que lembram o movimento de uma hélice (como o DNA), as quais funcionam para captar água da chuva; a ser cuspida pelo lagarto na parte final do passeio. Também passará pelos icônicos bancos de mosaicos com vista para a cidade. No caminho, estará também a casa Gaudí (Museu da Casa Gaudí), onde o artista morou a partir de 1906. E também a casa da família Güell, que se tornou uma escola. Que dizer, são muitos espaços e elementos ao longo do caminho, por isso, pegue um mapa na entrada para não se perder; e para compreender melhor cada área e sua história.

O passeio pode ser para conhecer os desenhos de Gaudí, situados na parte monumental, ou só para se sentar e apreciar o ambiente. Às vezes vale a pena trazer um lanchinho e se demorar por ali, até porque não há muitos restaurantes próximos. 

INFOS PRÁTICAS

Normalmente, a entrada para a zona monumental é paga, com o custo de 10 euros para a entrada comum e 24 euros para visitas guiadas (é possível combinar com a Sagrada Família por 79 euros). Contudo, a entrada é gratuita durante a primavera-verão, antes das 8h30 ou depois das 21h30, e durante o inverno-outono, antes das 8h ou depois das 20h30. Já as demais áreas do parque são sempre de acesso gratuito.

Devido ao planejamento do parque, que inclui muitas escadas e caminhos irregulares, pessoas com mobilidade reduzida podem encontrar dificuldade ao circular por ali. De qualquer modo, para aqueles que necessitam, a entrada oferece cadeiras de rodas e existem três vagas reservadas no estacionamento do parque.

COMO CHEGAR

Ônibus, metrô, táxi, há muitas formas de chegar ao Parc Güell. Só é importante frisar que como ele está situado no alto da cidade, no monte Carmelo, a subida até sua entrada é íngreme. O monte está situado no bairro Gracia, entre os bairros La Salud, Vallcarca-Penitents y El Coll e, mais precisamente, na Rua de Olot de Barcelona. 

De ônibus, as linhas 24 e 92 param na Carretera del Carmel e os ônibus H6 e D40 param na Travessera de Dalt, a uns 10 minutinhos da entrada (nesse caso, é melhor ir para a  De metrô, você precisa pegar a linha verde do metrô até a estação Lesseps ou Vallcarca, isso vai ser uns 15 a 20 minutos andando até a entrada, na Av. del Santuari de St. Josep de la Muntanya; ou linha amarela parada Alfonso X.  Para não ter que caminhar pela subida íngreme, você poderá ir pela Baixada de la Glória, onde há escadas rolantes ou, se você já tiver seu ingresso, pegar o Bus Güell de forma gratuita, em um ponto de ônibus azul na saída do metrô Alfonso X.