Pedra, vidro e cerâmica. Basicamente, esses são os principais elementos que constituem a Casa Batlló, uma joia arquitetônica construída por Antoni Gaudí.

Localizada na esquina de uma antiga rua ‘rural’, que um dia uniu a cidade velha ao bairro de Gràcia, a Casa Batlló, hoje, se encontra completamente integrada à cidade. A primeira versão da casa, erguida em 1877 por Emílio Sala Cortés (um dos professores de arquitetura de Gaudí), surgiu em resposta ao plano de urbanização que 50 anos antes transformou a então rua Camí de Jesús na reputada avenida Passeig de Gràcia, elevando a importância do local e chamando a atenção da elite da época. 

Por esse fato, o quarteirão no qual se situa a Casa Battló também integra outros quatro prédios icônicos, arquitetados por outros grandes nomes do modernismo, que, juntos, instituiram o, popularmente conhecido, ‘Quarteirão da Discórdia’. Seus nomes? Josep Puig i Cadafalch (Casa Amatller), arquiteto Lluís Domènech i Montaner (Casa Lleó Morera) e Antoni Gaudí (Casa Batlló), Enric Sagnier (Casa Mulleras) e (Marcel-li Coquillat Casa Josefina Bonet). 

Foram dois anos de reformas nesta casa, sob o comando de um gênio, até que se tornasse, naturalmente, uma das máximas expressões do modernismo. Inclusive, uma obra de arte visitada por mais de um milhão de pessoas todos os anos! A casa é uma jornada pela imaginação de Gaudí, à começar por sua fachada icônica, que já desperta para o sonho.

Contando um pouco sobre as teorias de quem lhe visita. Há quem veja no telhado escamas coroadas que parecem de um dragão e que, juntamente com a cruz de quatro braços, remetem à lenda de Sant Jordi, padroeiro da Catalunha — a cruz sendo a espada que cravou no dragão, enquanto as colunas de ossos, suas vítimas. Já Salvador Dalí viu nessa casa uma paisagem aquática. 

UMA OBRA E UM ETERNO MISTÉRIO

Bom, a verdade é que Gaudí presenteou o mundo com uma obra de arte e um eterno mistério – fascinante e indecifrável. Fruto de uma imaginação fértil e de planos pouco precisos, cabendo a cada um que a visita criar sua própria história.  

O que se sabe é que a construção tem noções que vão além da estética. Uma luz onipresente, conscientemente produzida, formas ergonômicas e conteúdos oriundos de reciclagem são uma evidência de que seus projetos buscam, acima de tudo, a funcionalidade. E agora está com novidade! Ao fim da visita, uma escada leva para o terraço, onde está uma instalação do arquiteto japonês Kengo Kuma. Enquanto isso, no subsolo está uma instalação imersiva de Refik Anadol.

O passeio pela casa leva em torno de uma hora. Você poderá visitá-la todos os dias das 9h às 20h16 (última entrada às 19h15). Por fim, chegar até aqui é fácil: seja de metrô, trem, ônibus ou a pé (quase sempre a melhor opção em Barcelona).