Escalar o Monte Fuji ficará mais restrito a partir da temporada de 2025, que ocorre entre julho e setembro. As prefeituras de Yamanashi e Shizuoka, responsáveis pela gestão da montanha mais alta do Japão, anunciaram medidas para conter o excesso de turistas. Além de dobrar a taxa de acesso, as autoridades vão exigir reserva online e limitar o número diário de escaladores. A decisão visa preservar a montanha, melhorar a segurança nas trilhas e reduzir os impactos causados pelo turismo em massa.

Monte Fuji

ESCALAR O MONTE FUJI EXIGIRÁ TAXA DOBRADA E RESERVA ONLINE

A partir da temporada de escalada de 2025, que vai de julho a setembro, quem quiser subir o Monte Fuji precisará pagar uma taxa de 4.000 ienes, o equivalente a cerca de R$ 152. O valor representa o dobro da cobrança obrigatória feita em 2024. Até então, o acesso à montanha era gratuito, com apenas uma sugestão de contribuição voluntária.

Além da cobrança fixa, as prefeituras de Yamanashi e Shizuoka determinaram que será obrigatório reservar o horário da subida pela internet. O número máximo de visitantes foi limitado a 4.000 por dia. Segundo as autoridades, essas medidas pretendem reduzir o impacto ambiental, evitar aglomerações nas trilhas e oferecer mais segurança aos visitantes.

Escalar o Monte Fuji - Visão do Monte Fuji de cima

NOVAS REGRAS BUSCAM PREVENIR ACIDENTES E PRESERVAR O LOCAL

Ao longo dos últimos anos, o Monte Fuji passou a enfrentar não apenas excesso de turistas, mas também uma série de incidentes causados por despreparo. Muitos visitantes tentaram realizar a subida com calçados inadequados ou sem água e equipamentos mínimos de segurança.

Diante disso, a prefeitura de Shizuoka, que concentra três das quatro rotas para o cume, anunciou uma nova exigência. A partir de 2025, todos os escaladores deverão participar de uma breve orientação sobre segurança na trilha e, em seguida, realizar um teste. Só poderão seguir aqueles que demonstrarem ter compreendido as instruções.

Escalar o Monte Fuji - Monte Fuji ao fundo na cidade

Outra mudança importante será a restrição de acesso durante a noite. Das 14h às 3h da manhã, a entrada nas trilhas estará proibida para quem não tiver reserva em um dos abrigos de montanha. A medida tem como objetivo desestimular as subidas noturnas improvisadas, que costumam gerar riscos à saúde dos caminhantes e exigem acionamento de equipes de resgate.

TURISMO EXCESSIVO LEVA O JAPÃO A ADOTAR MEDIDAS SIMILARES EM OUTROS DESTINOS

As novas diretrizes para o Monte Fuji se inserem em uma estratégia mais ampla adotada por diversos destinos japoneses. Contudo, o objetivo das novas diretrizes é conciliar o crescimento do turismo com a necessidade de preservar espaços públicos e evitar a sobrecarga de infraestrutura.

O Santuário Itsukushima, em Hiroshima, passou a cobrar ingresso em 2023 para conter o fluxo de visitantes interessados em fotografar o portão torii flutuante. Já na cidade de Otaru, conhecida pelas águas termais nevadas, foi preciso contratar seguranças para conter o avanço desordenado de turistas durante o inverno.

Cidade de Hiroshima

Cidade de Hiroshima

Essas ações refletem um esforço crescente para lidar com o overtourism, fenômeno que também afeta outros países e que levanta discussões sobre a sustentabilidade do setor em escala global.

COMPORTAMENTOS INADEQUADOS AUMENTAM A PRESSÃO POR CONTROLE EM DIVERSOS DESTINOS

A preocupação com o comportamento de visitantes se intensificou após uma série de episódios recentes. Além disso, no Japão e em outros países, os turistas têm protagonizado situações problemáticas, o que pressiona autoridades e comunidades locais a estabelecer regras mais claras e fiscalizações rigorosas.

Entre os casos que ganharam repercussão em março estão o de uma turista americana que levou um filhote de wombat (mamífero nativo da Austrália) de uma reserva. Além disso, houve o caso de um passageiro nos Estados Unidos que tentou embarcar com uma tartaruga escondida nas calças e até um episódio de vandalismo em restaurante na China.

Além disso, companhias aéreas relataram um aumento nos incidentes a bordo, envolvendo agressões, interrupções de voos e atitudes fora do controle. O acúmulo de episódios reforça o debate sobre os limites do turismo contemporâneo e a necessidade de mais responsabilidade por parte dos viajantes.

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