O Brasil estuda retomar aproximadamente 11,1 mil quilômetros de ferrovias em desuso, com o objetivo de impulsionar o setor ferroviário e captar cerca de R$ 20 bilhões das concessionárias. Atualmente, esses trechos representam 36% da malha ferroviária nacional e estão concentrados em três concessionárias principais. A estimativa é que os recursos captados sejam reinvestidos em melhorias no próprio setor, segundo apurou a Folha de S. Paulo.

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Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Tribunal de Contas da União (TCU) indicam que 57% dos 31 mil quilômetros de trilhos no país estão inativos ou operam abaixo da capacidade, com uma média inferior a uma viagem de ida e volta por dia. Desde 2021, o Marco das Ferrovias permite que empresas privadas construam e operem novos trechos com menos burocracia, ainda que as concessionárias atuais busquem acordos para devolver os trechos que estão ociosos.

Para alinhar os detalhes da indenização por quilômetro, técnicos do governo e representantes das empresas participaram de audiências públicas, com a expectativa de finalizar um relatório até novembro deste ano. Estima-se que o valor por quilômetro devolvido varie entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, enquanto o custo para construir novos trechos pode ultrapassar R$ 15 milhões por quilômetro.

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As concessionárias responsáveis pela maior parte dos trechos em desuso incluem a Rumo, que detém 4.900 quilômetros de trilhos inativos, a Ferrovia Transnordestina Logística, com 3.000 quilômetros, e a Ferrovia Centro-Atlântica, com mais 3.000 quilômetros. A devolução dos trechos é vista como uma forma de aliviar o passivo das empresas e direcionar investimentos para a expansão da malha ferroviária nacional, com novos acordos e melhorias na infraestrutura brasileira de transportes.