Uma nova travessia está prestes a transformar o Parque Nacional do Caparaó em referência global no turismo de aventura. om lançamento previsto para 2026, a Travessia dos 7 Cumes vai conectar os estados do Espírito Santo e de Minas Gerais em um percurso de cerca de 60 quilômetros. Ao longo do trajeto, os visitantes passarão por sete picos acima dos 2.500 metros de altitude, o que torna a experiência especialmente desafiadora.

Foto: Portal Gov
A experiência será voltada para o público de alta performance, com caminhada de quatro dias e três noites por trilhas, campos de altitude, brejos, matas nativas, cachoeiras e piscinas naturais.
O QUE É A TRAVESSIA DOS 7 CUMES?
Inspirada em rotas de montanhismo internacionais, a Travessia dos 7 Cumes do Caparaó deve atrair aventureiros em busca de desafios similares aos oferecidos por montanhas como o Everest, o Aconcágua ou o Kilimanjaro.
Assim como nesses destinos, o trajeto no Brasil inclui subidas exigentes e paisagens imponentes. Entre os destaques está o Pico da Bandeira, com 2.892 metros de altitude — o terceiro ponto mais alto do Brasil e o mais elevado da região Sudeste.
OS 7 PICOS DA TRAVESSIA DOS 7 CUMES:
Pico da Bandeira – 2.892 m
Pico do Calçado – 2.849 m
Pico do Cristal – 2.770 m
Pico do Tesouro – 2.620 m
Pico do Tesourinho – 2.584 m
Pedra Roxa – 2.649 m
Cruz do Negro – 2.658 m

Foto: Clube Trekking
TURISMO SUSTENTÁVEL E GERAÇÃO DE RENDA NO CAPARAÓ
Segundo o Sebrae-ES, que coordena o projeto em parceria com o grupo gestor de governança do Caparaó, os preparativos incluem treinamentos para guias turísticos a partir de outubro de 2025. Dessa forma, a ideia é formar profissionais especializados em atender turistas-atletas preparados para percorrer trilhas de alto grau de dificuldade.
Além disso, a proposta visa valorizar a conservação ambiental e estimular o turismo responsável. Ao mesmo tempo, a travessia deverá impulsionar a economia local. A expectativa é movimentar cerca de 150 empreendimentos na fase inicial — incluindo pousadas, cafeterias, restaurantes e produtores de cafés especiais. “Com a travessia, garantimos a permanência mais longa dos visitantes e valorizamos outros atrativos da região, além do Pico da Bandeira”, afirma Pedro Rigo, diretor-superintendente do Sebrae-ES.

Foto: Turismo em Minas Gerais | Alto Caparaó
CAPARAÓ NO TURISMO INTERNACIONAL
Por outro lado, empresários locais enxergam na travessia uma chance de posicionar o Caparaó como destino internacional de turismo de aventura. Para Jorge Adriano, guia com mais de 20 anos de experiência na região, o projeto preenche uma lacuna de longa data. “O parque nunca conseguiu atrair o montanhismo de alta performance. Agora, temos um produto com esse nível de dificuldade no Brasil”, diz ele.
Além disso, os visitantes poderão vivenciar outras experiências típicas da região, como visitas a fazendas de café, banhos de cachoeira e a gastronomia local. Dessa forma, a proposta é integrar os atrativos naturais e culturais em roteiros completos, com apoio técnico e capacitação promovidos pelo Sebrae.
MUNICÍPIOS ENVOLVIDOS E OPORTUNIDADES
No lado capixaba, o parque abrange os municípios de Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço, Ibitirama e Iúna. Já no lado mineiro, apenas o Pico do Cristal está localizado em território de Minas Gerais. Apesar disso, a maioria dos atrativos da travessia se concentra no Espírito Santo, que abriga cerca de 80% da área total do parque.
Além das iniciativas estaduais, as prefeituras também celebram a novidade. Em Irupi, por exemplo, o subsecretário de Turismo Weuller Souza vê na travessia uma maneira de consolidar o município como polo do turismo sustentável. “Essa expedição tem potencial de se tornar uma preparação para o Everest. É uma conquista regional”, afirma.
PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ: MONTANHISMO, CACHOEIRAS E CAFÉS
Criado em 1961 e administrado pelo ICMBio, o Parque Nacional do Caparaó é um dos destinos mais procurados do Brasil por quem busca turismo de aventura. Com 31.800 hectares, o parque abriga trilhas, mirantes, cachoeiras, piscinas naturais e áreas de camping. Além disso, é reconhecido pela produção de cafés especiais premiados, que atualmente integram a rota do turismo rural da região.
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