A Argentina implementará novas taxas de visitação e reajustes nos ingressos para parques nacionais a partir de 2025, incluindo destinos como Bariloche e Ushuaia. A medida busca compensar as quedas recentes no turismo, mas gera discussões sobre impacto na competitividade com países vizinhos.
AUMENTO NAS TAXAS DE TURISMO E INGRESSOS DE PARQUES NA ARGENTINA
A medida anunciada pelos país hermano é uma tentativa de compensar as perdas econômicas resultantes da queda no turismo interno e internacional em 2024, que registrou uma redução de 22% na receita durante a temporada de inverno, com um impacto financeiro estimado em US$ 1,2 milhão. Destinos populares como Bariloche, Ushuaia e Misiones serão os principais afetados pelos novos valores, que passam a vigorar a partir de 2025.
A nova política prevê uma cobrança adicional para visitantes estrangeiros que se hospedarem em algumas regiões do país. Em Misiones, por exemplo, turistas internacionais deverão pagar uma taxa diária entre US$ 1 e US$ 2 por pernoite, enquanto Ushuaia estuda uma tarifa de US$ 5 a US$ 10.

Misiones – Imagem: Ministério do Turismo de Misiones
O setor privado de turismo de Ushuaia, contudo, já se manifestou contra o ajuste, alegando que o aumento pode tornar o destino menos competitivo em relação a outras cidades do mundo que mantêm taxas mais acessíveis. Buenos Aires já possui uma taxa de turismo, que varia entre US$ 0,5 e US$ 1,5, e Bariloche avalia adotar uma medida similar.
Os ingressos para parques nacionais também sofrerão aumento. No Parque Nacional Iguazú, onde se encontram as famosas Cataratas do Iguaçu, o valor da entrada passará de 10.000 para 15.000 pesos, um dos maiores reajustes previstos.
No Parque Nacional Tierra del Fuego, em Ushuaia, o ingresso será reajustado de 10.000 para 12.000 pesos. Outros parques de destaque, como Los Glaciares, Los Arrayanes, Talampaya e Sierra de las Quijadas, também terão novos valores de ingresso, acompanhando a política de aumento.

Ushuaia
A decisão surge em um contexto de queda contínua nas taxas de ocupação e visitação ao longo de 2024. Dados mostram uma retração acentuada nos primeiros meses do ano, com quedas de 23,4% em abril e 27,5% em maio, o maior índice registrado em 2024. A tendência de desaceleração se manteve nos meses seguintes: junho registrou uma retração de 20,6%, e julho e agosto, de 17,7% e 17,5%, respectivamente. Em setembro, a baixa foi de 15,9%, sinalizando um cenário econômico desafiador para o setor.
A medida, embora vise recuperar receitas, gerou discussões entre especialistas e operadores do setor, que avaliam possíveis impactos no fluxo de visitantes, considerando que países vizinhos, como o Chile, mantêm taxas de entrada mais baixas. No Parque Nacional Torres del Paine, um dos mais visitados no Chile, o ingresso é de aproximadamente US$ 5,2, enquanto na Argentina, o Parque Nacional Los Alerces cobra cerca de US$ 7, o valor mais baixo entre os parques nacionais argentinos.