No Japão, o silêncio deixou de ser apenas um traço cultural para se tornar um serviço. Para garantir que pegar um táxi, fazer compras ou ir ao cabeleireiro seja uma atividade introspectiva, os japoneses se dispõe a pagar mais.

No Japão, o silêncio pode ter vários significados, como uma forma de demonstrar respeito, uma busca por introspecção ou uma forma de se manter absorto em pensamentos. A cultura japonesa valoriza o “wa”, a harmonia social, e manter o silêncio no ambiente demonstra respeito pelo espaço individual dos outros passageiros. Mas, por ora, silêncio total é luxo — tem que pagar mais!

Dá até para escolher: conversa normal, pouca conversa ou nenhuma conversa. Na capital, o Hair Works Credo, pioneiro nesse movimento no Japão, permite aos clientes escolher entre níveis de interação com os funcionários. Já quem vai às compras no Urban Research, em Osaka, tem a opção de escolher a bolsa azul transparente, e assim anunciar (silenciosamente) que não quer conversa.

Porém, nem todos os experimentos silenciosos foram bem-sucedidos. O “Kuroko Taxi”, serviço de táxi em Yokohama, no qual os motoristas permaneciam completamente em silêncio e utilizavam mensagens escritas para se comunicar, fracassou devido ao alto custo adicional de quase R$ 200 a mais. Isso mostra que, embora o silêncio seja valorizado, ele também precisa ser acessível.

Esse é um dos pontos que envolvem essa questão, especialmente em Tóquio — a cidade mais populosa do mundo. Além de marcar que o respeito a individualidade é tão importante quanto um serviço prestativo.

Com o aumento do turismo e das interações inevitáveis que ele traz, esses serviços surgem ainda mais forte, como uma alternativa para preservar um pouco da tranquilidade tão característica do país.

E aí, você pagaria pelo silêncio?