Ainda esse ano, o visto de brasileiros para a Nova Zelândia passara de R$ 122 a R$ 349 reais, para ajudar no financiamento de projetos de preservação ambiental e infraestrutura turística.
A partir de 1º de outubro de 2024, a Nova Zelândia implementará um aumento significativo na taxa de turismo (International Visitor Conservation and Tourism Levy — IVL), elevando o valor de NZ$ 35 (R$ 122) para NZ$ 100 (R$ 349). A medida visa cobrir custos relacionados à infraestrutura e conservação ambiental, mas gera debate sobre possíveis impactos no setor turístico do país.
O aumento de 285% foi anunciado pelo Ministro da Hospitalidade e Turismo da Nova Zelândia, Matt Doocey, como uma resposta à pressão sobre os recursos naturais e à infraestrutura das regiões mais visitadas.
Segundo Doocey, o turismo internacional impõe altos custos às comunidades locais, desde manutenção de infraestrutura até a preservação das áreas de conservação. O ministro destacou que o turismo gerou mais de US$ 11 bilhões (cerca de R$ 62 bilhões) para a economia local entre março de 2023 e março de 2024.
IMPACTOS NO SETOR DO TURISMO
A expectativa do governo é que a nova taxa tenha um impacto mínimo, representando menos de 3% do gasto médio por turista, e que o fluxo de visitantes não seja significativamente afetado.
Apesar da visão otimista do governo, a Tourism Industry Aotearoa (TIA), associação que representa o setor, criticou duramente o aumento. A organização argumenta que o turismo na Nova Zelândia ainda está se recuperando lentamente da pandemia e teme que a alta da taxa prejudique a competitividade global do país. A TIA acredita que o aumento pode afastar cerca de 48 mil turistas, incentivando-os a buscar destinos como Canadá e Reino Unido, onde as taxas são menores e os voos mais acessíveis.
TENDÊNCIA GLOBAL
A Nova Zelândia segue uma tendência crescente em destinos turísticos globais, onde taxas são cobradas para ajudar na preservação e manutenção de áreas de grande interesse turístico. Cidades como Veneza, Butão e Zermatt já aplicam taxas similares. Um estudo da Universidade de Bangor revelou que essas taxas, até o momento, não resultaram em uma queda significativa no número de visitantes.
O aumento da taxa levanta questões sobre o equilíbrio entre a proteção ambiental e a manutenção de um setor turístico competitivo. Enquanto a Nova Zelândia visa proteger seu patrimônio natural único, o impacto sobre o comportamento dos turistas será um ponto chave para monitorar nos próximos anos.
Com o aumento das taxas e mudanças nas políticas de vistos, autoridades de imigração alertam para possíveis atrasos no processamento de vistos. Turistas que desejam visitar o país no período de Natal e Ano Novo foram aconselhados a iniciar o processo o quanto antes.
A decisão do governo da Nova Zelândia reflete um esforço para lidar com os custos ambientais do turismo, mas encontra resistência no setor, que teme que o aumento da taxa possa afastar turistas em um momento crítico de recuperação econômica. O impacto total dessa medida ainda será observado, mas já provoca um debate importante sobre o futuro do turismo sustentável no país.