Com a reabertura da catedral de Notre-Dame de Paris marcada para 7 de dezembro, a proposta da ministra da Cultura, Rachida Dati, de cobrar € 5 pela entrada a partir de 2026 dividiu opiniões entre líderes políticos e a população.
A medida, que visa arrecadar cerca de € 75 milhões anuais para a preservação de igrejas e patrimônios religiosos, foi bem recebida por figuras da direita francesa, mas encontrou forte oposição entre representantes da esquerda e da diocese de Paris.
A presidente da região parisiense, Valérie Pécresse, apoiou a proposta nas redes sociais, destacando que os turistas contribuiriam com a preservação dos monumentos, mas sugeriu isenção para os fiéis. Já a diocese de Paris reforçou a ideia de que o acesso às igrejas deve permanecer gratuito e universal, uma posição apoiada por senadores e políticos como David Belliard, que defendem a preservação do caráter democrático dos espaços religiosos.
Críticos da medida, como o historiador Alexandre Gady, argumentam que a cobrança criaria barreiras ao acesso e apontam que o financiamento do patrimônio deveria ser feito por outros meios, como a elevação da taxa de turismo. Para muitos, a introdução de ingressos na Notre-Dame representa uma “ruptura filosófica” com a tradição de acesso livre ao patrimônio cultural e religioso do país.