Imagine-se a bordo, rumo ao fim do mundo, mas no máximo conforto! A Swan Hellenic convida a uma experiência fora do convencional, partindo do ponto mais austral do mundo, Ushuaia, e com destino a Antártica. A equipe Travel embarcou nessa jornada no ano passado! E já adiantamos: é uma expedição e não um cruzeiro!
O desejo de explorar o desconhecido sempre foi uma característica marcante da humanidade. Durante séculos, aventureiros desafiaram os limites da terra e do mar, movidos pela curiosidade e pela busca do inexplorado.
Há 70 anos atrás, com o objetivo de seguirmos indo além, nasceu a Swan Hellenic. Com o relançamento em 2020, a companhia elevou ainda mais o padrão de suas embarcações – o SH Minerva, o SH Vega e o SH Diana – todas verdadeiras obras-primas da engenharia moderna, pensadas para oferecer uma experiência única e imersiva.
Os navios da Swan Hellenic não só atendem aos rigorosos requisitos SOLAS (Safety of Life at Sea), garantindo total segurança, mas também se destacam pela excelência em todos os aspectos da viagem, consolidando seu lugar no topo do mercado de expedições polares. Inclusive, a Swan Hellenic é uma das poucas empresas no mundo com autorização para realizar essa travessia até a Antártica.
Quer saber como é fazer essa expedição? Temos o relato do Fábio, CEO da Travel e do Passageiro de Primeira, que embarcou no SH Vega em novembro do ano passado, por dez dias.
RELATO DO FÁBIO
Quando embarquei nessa jornada rumo ao fim do mundo, a bordo de um navio da Swan Hellenic, sabia que estava prestes a viver uma experiência fora do comum. Tive a sorte de participar dessa viagem no ano passado e, desde então, essa experiência ficou gravada em minha memória.
Ainda que a bússola apontasse para o ‘fim do mundo’, sei que não preciso abrir mão do conforto. Um dos pilares da Swan Hellenic é justamente o bem-estar dos passageiros. Isto é, mesmo em meio às remotas e geladas paisagens da Antártica, cada detalhe é cuidadosamente pensado para garantir que eu fosse bem cuidado durante toda a viagem. Vale destacar que, para 158 hóspedes, há 122 funcionários a bordo – uma proporção quase perfeita que assegura um serviço super atencioso e personalizado.
A viagem, inclusive, começou antes do embarque: Para garantir aproveitamento máximo dessa experiência, a própria Swan Hellenic preparou um guia detalhado sobre o roteiro e até deu dicas sobre o que levar na mala. Isto é, quando comecei a planejar a viagem, pensei em cada item com cuidado, mas fui completamente amparado pelas recomendações do guia, o que fez toda a diferença na minha preparação.
A Antártica tem um clima peculiar, e estar bem preparado foi essencial para garantir conforto durante toda a expedição. As temperaturas na Península Antártica variam bastante, podendo ir de bem abaixo de zero a até 4°C; e o vento frio pode fazer com que a sensação térmica seja ainda mais baixa.
EXPLORAR O INEXPLORADO
Enfim, chegou o dia e embarquei ao desconhecido!
Ao chegar, somos recebidos com um Welcome drink (ideal para o frio na barriga) e, em seguida, nos dirigirmos a nossa respectiva cabine; no meu caso, a cabine Quarto Premium Suíte — a mais espaçosa dentre as sete categorias e, sem dúvida, dona da minha primeira nota máxima da viagem!
Com 47 m², a cabine contava com sacada, chuveiros que lembravam um spa particular, closet, lareira e uma decoração elegante. Além disso, havia roupões macios e um mini-bar reabastecido diariamente. Quer dizer: nota 10!
DO LADO DE DENTRO
Antes de explorar as maravilhas externas, comecei a explorar o navio por dentro. Minha primeira parada foi no Observation Lounge, um espaço multifuncional onde acontecem palestras, ideal para tomar drinks no bar, jogar baralho ou jogos de tabuleiro, curtir música após o jantar e até comprar souvenirs.
Do lado oposto está o Club Lounge, onde você pode ter refeiçoes expressas durante todo o dia Em relação ao restaurante principal, o buffet é bem mais limitado, mas aqui você encontra máquina de café e água (com e sem gás) sucos e cookies de forma ilimitada por 24 horas do dia.
O andar de cima, é o andar do ‘bem-estar’, onde estão a sauna a jacuzzi e a academia. Esse andar é um convite irresistível para um momento de descanso, merecido, com vista pelas janelas panorâmicas.
Mas para quem quer relaxar do ‘outro lado’ da janela, o barco tem até uma piscina aquecida de borda infinita, o lugar perfeito para refletir sobre as experiências do dia ainda imerso nas paisagens congeladas.
Quer dizer, o bem-estar é, sem dúvida, uma dimensão importante dessa viagem: após um dia repleto de exploração, o ambiente a bordo se transforma em um espaço de total relaxamento e recuperação.
Para complementar, a gastronomia a bordo foi um capítulo à parte. Começando pelo café da manhã no estilo buffet, com pratos quentes, ovos feitos na hora conforme seu pedido, uma variedade de frutas e outras delícias para começar o dia com energia – porque você merece e porque vai precisar!
Com duas opções de restaurante, pude desfrutar de pratos com ingredientes regionais no The Swan e de uma experiência mais casual no The Club Lounge, onde a culinária inspirada em tapas era servida com uma vista deslumbrante.
DO LADO DE FORA: A EXPEDIÇÃO
Uma vez a bordo, tive a oportunidade de participar de diversas atividades e explorar as maravilhas da Antártica de uma maneira única, durante dez dias. Todos os dias temos duas reuniões (além de palestras) para ficarmos por dentro das condições adversas do clima e possíveis alternativas para nossa expedição.
Um dos momentos mais marcantes foi a navegação nos Zodiacs – pequenos barcos de exploração que nos levam a poucos metros de icebergs e colônias de pinguins.
Para as excursões em terra e desembarques de Zodiac, a Swan Hellenic forneceu uma parka impermeável e à prova de vento, botas de borracha e um colete salva-vidas. Essas peças foram essenciais para enfrentar o clima antártico e me proteger da umidade.
Na noite anterior a uma das excursões, às 21h, os Zodiacs foram baixados ao mar para verificar se tudo estava em ordem para o passeio do dia seguinte, e foi dado o OK. No dia seguinte, estávamos prontos para desembarcar, mas o tempo fechou e o passeio foi suspenso. Daí um lembrete: a imprevisibilidade nos acompanharia sempre nesse lugar tão remoto. No outro dia, outra tentativa: conseguimos partir, mas tivemos que voltar mais cedo porque o mar ficou agitado. Voltei um tanto feliz, um tanto frustrado e muito, mas muito molhado, e fui direto para a lavanderia usar a máquina de secar e lavar (serviço incluso e muito necessário!).
No dia seguinte, embarcamos para mais uma expedição e com muita neve, muito vento, só os olhinhos de fora para poder observar a paisagem que incluia uma legião de pinguins, e perceber que essas criaturas especiais vão e voltam sempre pelo mesmo caminho, sabia?
O destino dessa pequena expedição era descer no Port Lockroy. Terra à vista! nos aproximamos e, enfim, pisei na Antártida! Uma hora explorando a península e a sua base e então retornamos ao barco. Nesse entra e sai, ocorre sempre o processo de desinfecção das botas. Aliás! Absolutamente todas as roupas que são usadas do lado externo são inspecionadas e limpas.
Se agora já pisei na Antártida, amanhã vou fazer até uma trilha na montanha de Dorian Bay — se o clima permitisse, claro. Amanheceu e pudemos fazer a trilha e sentir, a cada passo dado, a beleza e também hostilidade dessa terra, com direito a nevasca e apagão branco — aquela combinação de neve e neblina que faz o horizonte desaparecer completamente. Na volta, em uma questão de segundos, o mar começou a congelar! Sãos e salvos chegamos ao nosso refúgio para descansar.
E então por dois dias não saímos mais — mas nem por isso deixamos de viver aventuras. Nesse período, passávamos pela região com a pior condição climática do mundo, o Estreito de Drake. Da janela, podíamos ver ondas imensas, assustadoras, e assim foram dois dias intensos, protegidos do lado de dentro, mas, ainda sim, sentindo o efeito do mar revolto e tentando se equilibrar no barco.
Entre as expedições dos Zoadiacs, pude me aventurar em passeios de caiaque polar, trilhas por paisagens extraordinárias e, para os mais corajosos, um mergulho nas águas geladas do continente branco. Cada aventura foi guiada por especialistas no bioma marinho, que compartilharam seus conhecimentos e enriqueceram ainda mais a experiência.
Ao fim dessa jornada inesquecível, o que mais ficou marcado foi a mistura perfeita entre aventura e conforto, algo que a Swan Hellenic conseguiu proporcionar de forma incrível. Estar na Antártica, um dos lugares mais remotos e inóspitos do mundo, poder explorar essas paisagens deslumbrantes sem abrir mão do conforto e da segurança, foi uma experiência única.
Essa viagem me mostrou que, mesmo no “fim do mundo”, é possível viver momentos de profundo relaxamento, aprendizado e conexão com a natureza. Voltei para casa com a certeza de que essa expedição é muito mais do que uma simples viagem: é uma oportunidade de vivenciar algo que poucos já experimentaram – um verdadeiro encontro com o desconhecido.