Ah Paris… a cidade mais romântica do mundo é tão convidadativa, mas, ao mesmo tempo, tão cheia de pegadinhas que tornam essenciais aquelas dicas de quem já esteve por lá para evitar cometer erros evitáveis. Afinal, estamos falando da capital da França, que conta com mais de 2 milhões de habitantes e convive com quase 40 milhões de turistas por ano. Não dá pra ser diferente – é beleza misturada com um pouco de caos.
Em janeiro deste ano (2025), eu estive na cidade por 4 dias depois de um longo período sem visitá-la. Ainda que eu já a conheça e me considere uma viajante experiente, confesso que me vi cometendo alguns erros básicos e evitáveis em Paris justamente por não ter me atualizado. Para que você não cometa os mesmos equívocos que eu, listei 10 dicas práticas para que você tenha uma experiência sem perrengues em Paris!
1. INSTALE O APLICATIVO DO TRANSPORTE PÚBLICO E ECONOMIZE EUROS
Não há dúvidas de que Paris é uma das cidades que possui um dos melhores sistemas de transporte público do mundo – quer dizer, pelo menos, um dos mais abrangentes. Aonde quer que vá, vai ter um metrô, um trem ou um ônibus para pegar. A boa notícia é que a cidade digitalizou o seu sistema de transporte e você agora pode comprar os passes diretamente nos apps Bonjour RATP, que foi o que eu usei, e IDF Mobilités.
Ao instalar os aplicativos, você economiza o valor do cartão físico (no caso do Navigo Easy, o custo é de € 2 por cartão), que é necessário para utilizar o transporte público de Paris. Além disso, você pode comprar o bilhete diretamente na palma da sua mão pelo celular, acelerando o processo de compra e evitando as filas nas máquinas de autoatendimento das estações. Depois de adquirido o seu passe, basta você adicionar o cartão virtual na sua carteira digital, como o Apple Wallet.
Mas cuidado! Cada pessoa precisa ter o seu próprio cartão, seja físico ou virtual. Caso utilize somente um celular, certifique-se disso e não compre todos os passes em um mesmo cartão. Repare nas imagens acima que há dois cartões virtuais comprados – que são justamente para o uso indivual para cada uma das duas pessoas.
2. UTILIZE O METRÔ AO EMBARCAR E DESEMBARCAR NO AEROPORTO DE ORLY
Dica boa e nova para não cometer erros em Paris: desde o segundo semestre de 2024, o aeroporto de Orly conta com a sua própria estação de metrô, a Aéroport d’Orly, que é a expansão da linha 14. Ou seja, ficou muito mais fácil e prático embarcar e desembarcar em Orly, que é, inclusive, o aeroporto utilizado pela Azul.
Ao desembarcar em Orly, eu logo vi as indicações do metrô e, para evitar a fila nas máquinas de autoatendimento, adquiri meu passe diretamente no aplicativo Bonjour RATP. No entanto, cuidado! Se você não comprou os passes Navigo semanal ou mensal, sobre os quais falarei mais adiante, o bilhete avulso para ir ao aeroporto é o ‘One Way from/to Airport’, cujo custo é de 13 euros.
Em menos de uma hora que o avião havia pousado em Paris, eu já estava na estação Bercy, onde pegaria meu ônibus da FlixBus. Maaas nem tudo foram flores — e sobre isso eu conto no próximo tópico.
3. EVITE OS ERROS DE COMPRAR O BILHETE QUE ENGLOBA OS AEROPORTOS DE PARIS ANTECIPADAMENTE
Na volta para Orly, cometi um equívoco, que não sei bem ao certo o porquê de ter dado errado, e acabei perdendo 13 euros por pessoa. O que aconteceu: comprei antecipadamente o bilhete avulso para ir ao aeroporto e o utilizei desde a primeira estação do metrô, que foi o Saint-Lazare também da linha 14. Na estação final, é solicitado que valide novamente o cartão para poder sair, mas o meu não validou! O porquê? Não faço ideia — até porque o próprio aplicativo informa que o bilhete ‘One Way from/to Airport’ é válido para toda rede de transporte público durante o período de 2 horas! Resumo da ópera: precisei comprar novamente o passe para sair da estação. Duro golpe!
Além disso, passei por outro perrengue, dessa vez no aeroporto Charles de Gaulle. Ao desembarcar lá vindo de Amsterdã, o trem da linha RER B estava inoperante para manutenção e eu também já tinha comprado o passe antecipadamente (mas até aqui, ok, porque pelo menos iria utilizar na volta ao Brasil — só não sabia que seriam 2x 🥹)! Infelizmente, o bilhete ‘One Way from/to Airport’ não engloba o RoissyBus, outra opção mais em conta para ir ao centro de Paris, então precisei comprar o ‘RoissyBus Ticket’, que também é vendido pelo aplicativo Bonjour RATP pelo custo de 13 euros.
Ou seja, pra evitar esses erros que eu cometi enquanto estive em Paris, indico comprar o bilhete ‘One Way from/to Airport’ na frente da catraca com a certeza absoluta de que irá utilizá-lo. Melhor perder 2,50 euros, que é o custo do bilhete avulso do metrô/trem em Paris, do que perder 13 euros como eu 🤡. Além disso, a linha 14 do metrô que vai até Orly não opera aos domingos, então atenção redobrada!
4. CHEGUE EM PARIS EM UMA SEGUNDA-FEIRA
Pra evitar toda essa dor de cabeça que eu tive com as idas e vindas aos aeroportos de Paris, uma dica boa é chegar à cidade numa segunda-feira ou mais no começo da semana. Isso porque você pode comprar o Navigo semanal (também pelo aplicativo) pelo custo de 31,60 euros e utilizar o sistema de transporte público à vontade até 23h59 do domingo. Ou seja, se você sair e voltar ao aeroporto ao longo dessa semana (€ 13 x 2 = € 26) e utilizar, pelo menos, 3x o metrô (€ 2,5 x 3 = € 7,50), o passe semanal já se pagou!
Infelizmente, eu não me programei para isso e cheguei de Amsterdã em um domingo. Se eu tivesse chegado na segunda, super teria valido a pena o passe semanal porque teria dois trajetos ao aeroporto. Enfim, comi bola e mais eurinhos rasgados por falta de planejamento e estudo.
Atenção! O Navigo semanal é válido da meia-noite de segunda-feira às 23h59 do domingo. No aplicativo, ele é vendido a partir de sexta-feira para a próxima semana. Ou seja, para evitar quaisquer erros em Paris no quesito transporte público, compre o passe no dia anterior ao uso.
5. CONSULTE O SITE DO LOUVRE NA HORA DE PROGRAMAR A SUA VISITA
Que ir ao Louvre precisa de um estudo à parte, isso todo mundo já sabe. Todavia, não há nada mais frustrante do que listar o que deseja visitar e encontrar com o lugar fechado – o que é bastante frequente em Louvre. Para evitar esse perrengue, olhe sempre o site do museu para verificar quais seções estão funcionando no dia da sua visita.
Eu, que não fiz o dever de casa, fui direto para os apartamentos de Napoleão e me deparei não somente com eles fechados, como com quase toda a ala Richelieu do museu inoperante. Ou seja, dei umas boas pernadas à toa, que poderiam ter sido evitadas caso tivesse olhado o calendário antes. Para não cometer os mesmos erros que eu enquanto estiver em Paris, clique aqui para ver o calendário do Louvre.
6. CUIDADO COM O TRANSPORTE NA HORA DE VOLTAR DE VERSAILLES
Visitar Versailles requer, sem dúvidas, planejamento, que começa com o como chegar até lá. Ir de transporte público é bastante tranquilo e você precisa apenas pegar o trem RER C com destino final na estação Versailles Château Rive Gauche, que fica a 10 minutos de distância do Palácio. Mas atenção! Na mesma plataforma, passam mais trens que vão para outros destinos, então sempre verifique nas telas qual é o próximo trem e se ele está indo para a estação desejada.
Alertas dados em relação à ida, o que poucos falam é sobre a volta, que você também precisa ficar atento – principalmente quanto ao horário de retorno e esse pode ser um dos principais erros em Paris. No meu caso, encontrei a estação Versailles Château Rive Gauche fechada após 18h00 e precisei caminhar num frio congelante até a estação Versailles-Chantiers, que fica há mais de 25 minutos a pé do Palácio. O problema é que eu simplesmente não sabia onde ficava e a internet do celular não funcionava, então só segui o fluxo – e deu certo, mas poderia ter dado muito errado!
7. FAÇA AS CONTAS ANTES DE COMPRAR O PARIS MUSEUM PASS
Uma das principais perguntas de quem vai a Paris é se o Paris Museum Pass vale a pena. Afinal, com um custo a partir de 70 euros para uma validade de 48 horas, esse cartão oferece entrada gratuita a mais de 50 museus e monumentos, incluindo Louvre e Versailles. Mas e então, será que o cartão realmente vale o seu preço?
Antes de tudo, é preciso saber que, para as atrações mais concorridas, é necessário reservar horário. Além disso, não é (mais) permitido repetir visita, ou seja, só poderá entrar no Louvre, por exemplo, uma única vez. Dito isso, a resposta é depende! Para o valor do passe compensar, é necessário visitar, em média, 2 atrações por dia – então, caso seja do time slow travel assim como eu, que gosta de ver um museu por dia e com calma, então o Paris Museum Pass não é para você. Do contrário, trata-se de um ótimo negócio!
Para verificar a lista completa das atrações contempladas pelo Paris Museum Pass e evitar erros na hora de fazer o cálculo se compensa ou não, clique aqui.
8. UTILIZE OS BANHEIROS PÚBLICOS DESDE QUE ELES TENHAM TODOS OS BOTÕES INTACTOS
Em Paris, há inúmeros banheiros públicos gratuitos, que são frequentemente limpos e bem utilizáveis na hora do aperto – inclusive, existem aplicativos que indicam onde eles estão localizados pela cidade. Mas cuidado! Pode até parecer bobeira o que eu vou falar, mas só entrem se todos os botões estiverem intactos internamente. Numa dessa, quase fiquei presa em um, já que o funcionamento para abrir a porta é aproximando o palmo da sua mão. Por sorte, o botão de SOS, que é apenas de apertar, estava inteiro e consegui sair do banheiro, mas, na dúvida, melhor entrar somente quando se certificar que está tudo ok.
9. ECONOMIZE COM REFEIÇÕES NOS BOUILLONS
Os bouillons são uma espécie de restaurantes baratos em Paris. Com pratos tradicionais da culinária francesa e, normalmente, uma decoração ao estilo Art Nouveau, esses lugares servem refeição completa com entrada, prato e sobremesa a um custo aproximado de 20 a 30 euros, o que é em conta considerando os valores praticados na capital francesa.
A boa notícia é que, além do preço, os bouillons costumam funcionar todos os dias da semana em serviço contínuo de meio-dia à meia-noite, o que é ótimo para os viajantes, já que não precisam se preocupar com o horário de atendimento. Dentre as indicações, temos o Bouillon Chartier, o mais antigo de Paris, e o Le Petit Boullon Pharamond, que está localizado numa região bastante central e turística.
10. NÃO DEIXE DE SOLICITAR O SEU TAX FREE
Na França como um todo, é possível solicitar o tax free, que nada mais é do que o estorno de parte do imposto pago em compras acima de € 100,01. No caso, não se esqueça de solicitar o formulário de Tax Free ou VAT Refund na loja, mas, para isso, é preciso estar com o seu passaporte. A solicitação do valor é feita no aeroporto, conforme é mostrado na nossa matéria completa sobre o Tax Free na Europa.
Uma dica para quem deseja poupar tempo, mesmo que isso custe no bolso, é instalar o aplicativo do Global Blue. Por lá, você pode criar o seu acesso, cadastrar o cartão para onde deseja que o estorno seja efetuado e apresentar sua conta na hora da compra, facilitando o processo desde esse momento. A comodidade, todavia, tem um preço, então avalie se vale a pena para você ou não.
DICA EXTRA: SEJA PONTUAL
Em Paris, assim como na maioria da Europa, o horário combinado não sai caro — e isso significa que pode ser até alguns minutinhos antes. Portanto, seja pontual! Para se ter ideia, o meu ônibus da FlixBus em direção a Bruxelas saiu 2 minutos antes em Bercy. Na parada que há pelo caminho, são 15 minutos que se tornam quase 12, 13. Aqui, inclusive, é capaz de perder o ônibus se não trabalhar com margem de erro para menos porque o motorista somente bate o olho para ver se estão todos os passageiros presentes.
CONHEÇA PARIS
Paris é sempre uma boa ideia, já diria Audrey Hepburn. A cidade está em nosso imaginário como um lugar onde a delicadeza e a força se combinam; onde o ar carrega perfume, cheiro dos pães recém saídos do forno e romance. Tem sua arquitetura-referência, as molduras mais icônicas de todo Velho Continente, e criou um universo onde a arte é tão importante quanto a história. Ah, e ainda é dona de um dos sorrisos mais marcantes do nosso tempo: a Monalisa.
Na capital francesa, a sensação é de que se está sempre acompanhado de elementos importantes e de lugares especiais, vivendo algo único, mesmo dentro do metrô ou só flanando por aí. Por lá, cada caminho importa; afinal, em uma cidade tão icônica, estar, demorar-se e apreciar já é vivê-la… Aprenda com os franceses “A arte de viver” e simplesmente exista, mas em Paris, descobrindo que, às vezes, os clichês são realmente o que valem a pena.
Para continuar lendo, acesse o guia completo de Paris!