Reforma tributária pode deixar voar até 25% mais caro, diz CEO da LATAM. Aprovada no ano passado, a reforma tributária brasileira voltou ao centro do debate após uma publicação feita por Jerome Cadier, CEO da LATAM, em seu perfil no LinkedIn.
No texto, o executivo destaca que o novo modelo de cobrança de impostos, embora traga avanços em diversas áreas, cria distorções graves para o setor aéreo — e deve afetar diretamente quem viaja. Assim, o preço das passagens deve subir cerca de 25%.
Cadier explica que as companhias aéreas não absorvem esse tipo de aumento; na verdade, elas repassam o imposto aos passageiros. Além disso, ele ressalta que o Brasil segue na contramão de outros países ao aumentar a carga tributária sobre o setor aéreo, o que pode tornar as viagens de avião menos acessíveis. “Se não ajustarem isto, vamos acelerar em marcha ré”, alerta.
O alerta da LATAM chega justamente em um momento de preocupação para o turismo nacional. De fato, um aumento de 25% nas passagens pode afastar passageiros e dificultar o crescimento das rotas regionais.
Além disso, esse cenário deve encarecer pacotes turísticos e reduzir a competitividade do Brasil como destino. Embora o texto da reforma ainda esteja em processo de regulamentação, o setor já se mobiliza para negociar mudanças que evitem impactos ainda maiores na malha aérea brasileira.
ENTENDA A REFORMA TRIBUTÁRIA E O SEU IMPACTO NA AVIAÇÃO
A reforma tributária aprovada no Brasil tem como objetivo simplificar a cobrança de impostos e melhorar o ambiente de negócios. No entanto, o setor aéreo sofreu com a inclusão de novos tributos ou aumento das alíquotas. Essa mudança, por sua vez, incidem diretamente sobre o combustível e sobre o preço final das passagens.
Por exemplo, o aumento da incidência do IOF e a não redução do PIS/Cofins no setor elevam o custo operacional das companhias aéreas. Como resultado, as empresas repassam essas despesas para os consumidores, tornando a viagem de avião mais cara.
REAÇÃO DAS COMPANHIAS AÉREAS AO AUMENTO DOS IMPOSTOS
Azul Linhas Aéreas: Em nota, a Azul afirmou que acompanha com preocupação os efeitos da reforma e reforça a necessidade de medidas que preservem a competitividade do setor e o acesso da população às viagens aéreas.
Gol Linhas Aéreas: A Gol declarou que o aumento dos impostos pode comprometer a retomada do crescimento do setor pós-pandemia e pediu diálogo aberto com o governo para encontrar soluções equilibradas.
LATAM Brasil: Além da publicação do CEO, a LATAM destacou que manter os preços competitivos é essencial para fomentar o turismo doméstico e internacional, o que impacta diretamente a economia.
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