Localizado na Alameda do Boldró, bem na frente de um ponto de ônibus, o centro do Projeto Tamar em Noronha é simples, e até pequeno quando comparado a outras centrais da ONG. Faltam os tanques onde as tartarugas sob observação são acomodadas, e onde os pesquisadores geralmente informam os visitantes sobre os animais. Mas quem precisa de tanque quando se tem o paraíso marinho de Fernando de Noronha ao alcance das mãos? Por aqui, os integrantes do Tamar fazem seu trabalho em campo, monitorando as tartarugas e a vida marinha diretamente no oceano — e os turistas podem acompanhar seu trabalho.

Os pesquisadores fazem o monitoramento dos animais nas próprias praias de Noronha. Foto: Acervo ATDEFN.

O Centro de Visitantes do Projeto Tamar existe desde os anos 90, erguido uma década após o início do trabalho de preservação marinha do projeto no arquipélago. Dentro dele, encontram-se painéis informativos sobre as cinco espécies de tartarugas marinhas que habitam as águas brasileiras, com atenção especial para as espécies Tartaruga-Verde e Tartaruga-de-Pente, ambas ameaçadas de extinção e frequentadoras assíduas do mar de Noronha. Ocasionalmente, há visitas orientadas pelos pesquisadores, que recepcionam os visitantes e ensinam sobre os animais com auxílio do material informativo disponível.

À noite, o centro oferece uma das saídas noturnas mais interessantes de Noronha: o tradicional ciclo de palestras do Tamar, feitas por biólogos do projeto e preparadas com paixão pelos assuntos e pelo meio ambiente. Elas acontecem todos os dias, às 20h, e cada dia há um tema diferente em pauta. Públicos de todas as idades e perfis saem satisfeitos após aprenderem sobre tartarugas marinhas, tubarões, golfinhos e até sobre a história de Noronha.

Os biólogos do Tamar monitoram e observam o ciclo de vida das tartarugas de Noronha. Foto: Assessoria Noronha/Antônio Melcorp

Uma das atividades mais interessantes, no entanto, é a chamada captura intencional de tartarugas. Duas vezes por semana, de segunda e quinta-feira, os biólogos vão até uma das praias do Sueste, do Boldró ou do Porto e passam algumas horas mergulhando até o fundo do mar para capturar tartarugas. Os espécimes apanhados são então levados até a praia, onde são medidos, monitorados e checados para acompanhamento de saúde, crescimento e biometria. Mediante agendamento, turistas podem participar da captura como observadores, e a experiência se torna uma aula ao ar livre, inesquecível.

LOCALIZAÇÃO:

PREÇO: gratuito

FUNCIONAMENTO: 9h às 20 – todos os dias, exceto aos domingos.