Um ambicioso projeto de trem rápido na Europa quer conectar mais de 40 cidades em uma malha ferroviária de 22 mil quilômetros até 2040. A proposta, apresentada pela organização 21st Europe, prevê cinco rotas principais cruzando o continente a velocidades de até 400 km/h. Embora os desafios de infraestrutura sejam muitos, a ideia reacende o debate sobre o futuro do transporte europeu. Afinal, será possível transformar essa visão em realidade? A seguir, conheça os detalhes da proposta.

Imagem: 21st Europe
STARLINE: O PROJETO DE TREM RÁPIDO QUE QUER TRANSFORMAR O TRANSPORTE EUROPEU
Batizado de Starline, o projeto foi desenvolvido pela think tank dinamarquesa 21st Europe. A proposta prevê a criação de um sistema ferroviário com o dobro do tamanho da atual malha de alta velocidade da Europa, integrando diferentes regiões com linhas modernas e eficientes. Segundo os idealizadores, o objetivo não é apenas facilitar deslocamentos, mas também reformular a percepção de distância no continente.
Além disso, a Starline pretende operar como uma rede coordenada, com infraestrutura pública e operação privada, sob regulação de uma futura Autoridade Ferroviária Europeia. Isso porque, para funcionar como um sistema único, seria necessário harmonizar padrões técnicos, regras de segurança e acordos trabalhistas em toda a União Europeia.
Para saber mais informações sobre o assunto, confira na matéria, clicando aqui.
AS CINCO ROTAS PRINCIPAIS DA STARLINE
A proposta inclui cinco linhas de alta velocidade, que conectariam cidades estratégicas em diferentes regiões. Veja os trajetos planejados:
Linha A: Nápoles (Itália) até Helsinque (Finlândia)
Linha B: Lisboa (Portugal) até Kiev (Ucrânia)
Linha D: Dublin (Irlanda) até Kiev (Ucrânia)
Linha E: Milão (Itália) até Oslo (Noruega)

Imagem: 21st Europe
Cada uma dessas rotas passaria por centros urbanos importantes e chegaria a estações novas, projetadas nos arredores das grandes cidades. Ainda assim, as conexões com os sistemas de transporte urbano existentes seriam mantidas e ampliadas.
DESAFIOS PARA TIRAR A IDEIA DO PAPEL
Embora o plano impressione pela escala, os desafios para colocá-lo em prática são consideráveis. Por exemplo, para ligar Helsinque a Tallinn, seria necessário construir um túnel submarino de 20 bilhões de euros. Além disso, conectar Dublin a Liverpool exigiria outro túnel sob o Mar da Irlanda. Isso sem contar com obras em larga escala por todo o continente.
Por isso, o projeto dependeria de esforços conjuntos entre países, além de grandes investimentos públicos e privados. Ainda assim, a proposta considera o uso de franquias ferroviárias nacionais, o que poderia facilitar a operação, desde que haja supervisão integrada.
COMO FUNCIONARIA A STARLINE NA PRÁTICA
De acordo com os planos apresentados, os trens da Starline atingiriam velocidades entre 300 km/h e 400 km/h. O sistema funcionaria com bilhetes mais acessíveis do que voos de curta distância ou trens atuais, inclusive com preços padronizados. Além do mais, as composições trariam zonas de silêncio, áreas para famílias, espaço para trabalho remoto, assentos confortáveis, conectividade estável e cafés a bordo.
Ainda que o projeto seja tratado como uma proposta de longo prazo, ele já desperta interesse por apresentar uma nova forma de pensar a mobilidade europeia. Para os idealizadores, a Starline deve servir como ponto de partida para discutir como o continente se conecta — fisicamente e estrategicamente.
COMENTÁRIO
Parece bom demais para ser verdade, não é? Trens rápidos, bilhetes acessíveis, conectividade de ponta, zonas de silêncio, café e integração com o transporte urbano… No papel, o projeto Starline está lindo — e não dá para negar que dá até vontade de embarcar nessa ideia. Mas, cá entre nós, para algo assim sair do papel, seria preciso um esforço coordenado entre dezenas de países, além de investimentos públicos e privados de bilhões de euros.
E tem mais: o plano ignora limites logísticos, políticos e diplomáticos que a Europa ainda não superou. Por isso, soa mais como uma provocação conceitual do que um plano com chances reais de execução. Ainda assim, não deixa de ser uma proposta muito interessante — e que, quem sabe, pode inspirar caminhos mais viáveis. Vamos acompanhar, mas torcendo para que se torne realidade! Conte para gente nos comentários o que achou dessa notícia!