A superlotação em Dubrovnik chegou a um ponto crítico: há 27 turistas para cada morador. A cidade croata, famosa por ser cenário de Game of Thrones, passou a adotar medidas rígidas para proteger seu patrimônio e a vida local. Entre as ações estão o limite de cruzeiros, o controle de acesso às muralhas e o novo Passaporte Dubrovnik, que organiza a entrada de visitantes em museus e monumentos.

DUBROVNIK ENFRENTA SUPERLOTAÇÃO SEM PRECEDENTES

Nos últimos anos, o número de visitantes cresceu tanto que Dubrovnik passou a ter 27 turistas para cada morador. A cidade croata, cenário de Game of Thrones, virou símbolo da superlotação na Europa. Por isso, o prefeito Mato Franković decidiu agir e iniciou um plano para conter o turismo de massa e proteger o patrimônio histórico.

Entre as medidas, a prefeitura limitou o número de navios de cruzeiro e passou a controlar o acesso às muralhas, permitindo a entrada de até 11,2 mil pessoas por vez. Além disso, criou o Passaporte Dubrovnik, um sistema que organiza o acesso a museus e monumentos e ajuda a distribuir melhor o fluxo de turistas.

MUDANÇAS PARA MORADORES E VISITANTES

Além das restrições turísticas, o governo local aposta em políticas para repovoar a cidade antiga. A prefeitura começou a comprar imóveis históricos e a alugá-los a famílias locais por valores acessíveis. Também reabriu uma escola dentro das muralhas, incentivando a permanência de moradores e trazendo de volta a vida comunitária ao centro.

Entre as medidas práticas estão a proibição de malas com rodinhas nas ruas de pedra, a criação de um serviço de entrega de bagagens e novas regras para aluguéis de curto período. A ideia é reduzir o barulho, controlar o turismo temporário e devolver aos moradores a sensação de pertencimento, que vinha se perdendo com o aumento do turismo em massa.

O DESAFIO DE EQUILIBRAR TURISMO E QUALIDADE DE VIDA

As ações colocaram Dubrovnik no centro do debate sobre turismo sustentável na Europa. Enquanto cidades como Veneza e Barcelona adotam taxas e limites de hospedagem, Dubrovnik foi além, recusando parte da renda dos cruzeiros para priorizar o bem-estar de quem vive lá. O prefeito afirma que o foco agora é a qualidade, não a quantidade de visitantes.

Ainda assim, os impactos financeiros exigem paciência. Restaurantes e cafés continuam cheios, mas a cidade busca um novo equilíbrio entre turismo e vida local. A aposta de Dubrovnik é clara: menos multidões, mais autenticidade — e um futuro em que moradores e visitantes possam compartilhar o mesmo espaço de forma harmoniosa.

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