A poucos quilômetros da costa de Alicante, Nueva Tabarca parece viver em outro tempo — o tempo dos gatos. Enquanto o continente cresce em ritmo acelerado, a pequena ilha do Mediterrâneo mantém o silêncio. Suas ruas silenciosas, casas caiadas e uma população permanente de pouco mais 50 pessoas. Curiosamente, há mais gatos do que pessoas — e talvez seja justamente essa convivência tranquila que explique por que o turismo ainda não engoliu o lugar por completo.

Ao desembarcar em Nueva Tabarca, o visitante logo percebe que o mar azul e o cheiro de peixe fresco se misturam à rotina simples dos moradores. Os barcos chegam pela manhã, trazendo turistas que passam o dia explorando o vilarejo e voltam ao entardecer. Assim, a ilha recupera o silêncio, e os gatos retomam as praças, os muros e os becos que cercam as antigas muralhas do século XVIII.

UM RITMO PRÓPRIO

Durante o verão, Nueva Tabarca, considerada a primeira reserva marinha da Espanha, recebe visitantes atraídos por suas águas transparentes e por um turismo ainda controlado.

Apesar do movimento sazonal, o ambiente se mantém calmo. Não há hotéis grandes, tampouco carros. As casas de pedra foram restauradas, mas seguem habitadas por famílias locais. Além disso, a energia elétrica e o abastecimento de água chegam por cabos submarinos, o que reforça a sensação de isolamento e, portanto, de autenticidade.

Embora a ilha perto de Alicante seja pequena — tem pouco mais de 1,8 km de comprimento —, cada recanto convida à pausa. Caminhar pelas ruínas do antigo forte, mergulhar nas enseadas ou simplesmente observar os gatos tomando sol são experiências que mostram, de maneira simples, como Nueva Tabarca preserva sua essência.

COMO CHEGAR EM NUEVA TABARCA

O acesso é feito por barco a partir de Alicante, Santa Pola ou Benidorm, em travessias que duram entre 30 e 50 minutos. Assim, é possível incluir a visita como um bate-volta. No entanto, quem decide passar a noite descobre uma Tabarca diferente: silenciosa, iluminada apenas pelas luzes das casas e pelos passos dos gatos que dominam as ruas depois do pôr do sol.

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