Já pensou em tirar férias fora da Terra, em um hotel no espaço? A startup norte-americana Orbital Assembly Corporation (OAC) pretende tornar isso possível em 2027 com a inauguração do Voyager Station, o primeiro hotel espacial do mundo.
A proposta é ambiciosa: oferecer uma estadia de alto padrão para até 280 hóspedes e 112 tripulantes, com restaurante, bar, academia, sala de concertos e cinema – tudo isso com vista para o planeta Terra.
Para simular a experiência mais próxima possível da vida em solo firme, o hotel será construído em formato de roda giratória.
A rotação constante criará gravidade artificial por meio da força centrífuga. Inicialmente, a gravidade será semelhante à da Lua, mas há planos de, futuramente, aumentar esse nível para se aproximar da gravidade de Marte ou até da Terra. Assim, os visitantes poderão andar normalmente e vivenciar uma experiência única – inclusive com menos limitações para pessoas com deficiência.
COMO FUNCIONARÁ O HOTEL ESPACIAL VOYAGER
Os visitantes terão acesso ao Voyager a partir de uma estação central em gravidade zero. Em seguida, eles subirão por elevadores que os levarão aos 24 módulos habitacionais, distribuídos ao longo do aro externo da estação — onde a força centrífuga criará a sensação de peso.
No total, o hotel no espaço ocupará cerca de 12 mil m² e oferecerá diversas atividades. Por exemplo, os hóspedes poderão levantar objetos pesados com facilidade, dar enterradas ao estilo Space Jam e ainda observar a curvatura do planeta Terra pela janela.
Além das experiências lúdicas, os hóspedes poderão saborear refeições variadas: desde comidas desidratadas típicas da astronautica até pratos internacionais preparados em ambiente pressurizado. Além disso, a empresa planeja disponibilizar unidades residenciais para venda ou aluguel — transformando o hotel no espaço também em um possível destino para quem deseja ter uma propriedade em órbita.
TURISMO ESPACIAL: REALIDADE PRÓXIMA OU FANTASIA?
Apesar de ainda parecer algo distante para o grande público, o turismo espacial está se tornando cada vez mais concreto. Bilionários como Jeff Bezos e Richard Branson já realizaram voos suborbitais, enquanto empresas como a própria OAC, a SpaceX e a Blue Origin continuam investindo pesado para viabilizar essas viagens.
De acordo com Tim Alatorre, vice-presidente da Orbital Assembly, a ideia é que, em breve, viajar para um hotel no espaço seja uma decisão de preferência — e não apenas de orçamento. “Queremos que a escolha entre passar uma semana em Paris ou no espaço seja uma questão de gosto, não de dinheiro”, afirma. Por enquanto, entretanto, os valores ainda são elevados: uma viagem espacial pode custar até US$ 28 milhões.
PROTÓTIPOS E PLANOS FUTUROS
Antes da inauguração oficial do Voyager Station, a empresa pretende lançar estações menores para testes. Um exemplo é a Pioneer Station, prevista para 2025, que servirá como laboratório para validar o funcionamento da gravidade artificial e outros sistemas essenciais, como os de segurança, geração de energia e habitabilidade.
O hotel no espaço será projetado para operar com gravidade lunar constante e geração contínua de energia solar. Além disso, contará com estrutura suficiente para receber turistas, pesquisadores e grupos corporativos. Segundo a OAC, a montagem será feita em órbita por braços robóticos automatizados, com módulos compatíveis com os padrões da Estação Espacial Internacional.
O FUTURO DAS FÉRIAS NO ESPAÇO
Ainda que existam incertezas sobre prazos e custos, o Voyager Station representa um avanço significativo na corrida pelo turismo espacial. Se os planos se concretizarem, não será surpresa se, nas próximas décadas, viagens a um hotel no espaço se tornarem parte do catálogo de férias das novas gerações — tão comuns quanto voos internacionais ou cruzeiros de luxo hoje.
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