As autoridades de Roma estão avaliando a possibilidade de implementar um sistema de bilhetes para controlar o acesso à famosa Fontana di Trevi, em uma nova tentativa de combater o turismo excessivo na capital italiana.
A icônica fonte do século XVIII, imortalizada no filme “La Dolce Vita” de Federico Fellini, atrai diariamente multidões de visitantes de todo o mundo. No entanto, a alta concentração de turistas ao redor da obra-prima barroca tem dificultado a experiência dos visitantes, além de prejudicar a preservação do monumento.
Em uma recente entrevista ao jornal “Corriere della Sera“, Alessandro Onorato, vereador responsável pelo turismo de Roma, revelou ser favorável à implementação de um sistema de controle de acesso à Fontana di Trevi. “Acredito que uma forma de acesso limitada, com horário marcado, seria ideal. A ideia é implementar um sistema de reserva de bilhetes, gratuito para os residentes de Roma e com um custo simbólico de um euro para turistas”, disse Onorato.
Embora o objetivo principal da medida não seja a arrecadação de fundos, Onorato reforçou que a iniciativa ajudaria a controlar o fluxo de pessoas e a manter a devida preservação e respeito ao monumento, evitando, por exemplo, que turistas consumam alimentos, como pizza e gelato, nas proximidades da fonte.
Atualmente, a proposta ainda está em fase de discussão inicial, sem nada oficialmente decidido. No entanto, a cidade espera que o número de visitantes aumente ainda mais em 2025, durante o Jubileu, um evento católico celebrado a cada 25 anos, que deverá atrair cerca de 30 milhões de pessoas a Roma e ao Vaticano.
A medida segue o exemplo de Veneza, que em 2023 implementou um bilhete de cinco euros para visitantes em dias de maior fluxo turístico. Além disso, o governo italiano, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, está considerando aumentar a taxa turística noturna, apesar de críticas de setores da indústria hoteleira, que temem a perda de turistas.
Roma também enfrenta desafios em relação à expansão de alojamentos turísticos, como bed and breakfasts e casas de férias, que pressionam ainda mais o já saturado centro histórico. Contudo, as autoridades locais não possuem poder legal para limitar a abertura desses estabelecimentos, ao contrário do que ocorre com restaurantes e redes de fast-food, que já são controlados.