A Espanha decidiu acabar com o programa “Golden Visa”, que permitia a estrangeiros obterem residência no país ao investir grandes quantias, principalmente em imóveis.

Fim do Golden Visa na Espanha: o que isso significa?

Foto: RIF Trust

O governo tomou essa decisão para conter a especulação imobiliária, que encareceu os preços das moradias e dificultou o acesso da população local a um lar. A mudança afeta principalmente cidades como Madri, Barcelona, Valência, Málaga e Ilhas Baleares, onde a compra de imóveis por estrangeiros era mais intensa.

POR QUE O GOLDEN VISA FOI EXTINTO?

Criado em 2013 para atrair investimentos após a crise econômica, o “Golden Visa” exigia que estrangeiros investissem pelo menos 500 mil euros na compra de um imóvel ou valores ainda mais altos em empresas e títulos do governo. Com o tempo, a maior parte dos vistos passou a ser concedida para quem comprava propriedades, o que contribuiu para o aumento dos preços e agravou a crise habitacional.

Foto: RIF Trust

O governo espanhol justificou a decisão como uma tentativa de garantir que a moradia seja um direito e não apenas um investimento. O primeiro-ministro Pedro Sánchez destacou que os altos valores pagos por estrangeiros elevaram os preços a patamares que os moradores locais não conseguem acompanhar.

Outro fator que influenciou o fim do Golden Visa na Espanha foi a pressão da União Europeia, que alertou sobre os riscos dos “vistos dourados” facilitarem crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

O QUE ACONTECE AGORA?

A decisão foi oficializada no início de janeiro, e o programa será extinto definitivamente em abril de 2025. Isso significa que novos pedidos não serão aceitos, mas quem já tem o visto poderá renová-lo normalmente.

A Espanha segue um movimento que já aconteceu em outros países europeus, como Portugal, Grécia e Irlanda, que também mudaram ou eliminaram programas semelhantes.

O fim do “Golden Visa” deve reduzir a especulação imobiliária e ajudar a equilibrar os preços das moradias em algumas cidades. No entanto, especialistas alertam que apenas essa medida não resolve o problema da falta de oferta de habitação, sendo necessário investir em novas políticas para ampliar o acesso a moradias acessíveis.

Além disso, a decisão pode afastar alguns investidores estrangeiros, impactando o setor imobiliário e outras áreas da economia que se beneficiavam desse fluxo de capital. O que ainda não está claro é se o impacto será negativo a longo prazo ou se a Espanha conseguirá atrair investimentos de outras formas.