Nesta terça-feira, 12 de novembro, é comemorado o Dia do Pantanal, bioma que enfrenta desafios críticos devido às queimadas constantes e à severa seca. Considerado a maior planície alagável de água doce do mundo, o Pantanal luta para sobreviver aos impactos desses fenômenos, que colocam em risco sua biodiversidade única e seu equilíbrio ecológico. Nesse dia, a pergunta que fica é: qual será o futuro desse ecossistema?

(Foto: Folha UOL)
Em entrevista ao G1, o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, afirmou que a recuperação efetiva do bioma é improvável sem intervenções humanas. Segundo ele, são necessários programas de recuperação ambiental, como o plantio de mudas e a proteção de áreas para garantir sua regeneração.
“A tendência é piorar. A gente tem que estar preparado para aumentar a resiliência do ecossistema”, destacou Bocuhy.
O Pantanal já enfrenta uma grave situação. Dados do MapBiomas mostram que o Brasil perdeu cerca de um terço de sua cobertura vegetal nativa, sendo que, em Mato Grosso, a área caiu de 87% para 60%. O Pantanal é o bioma com maior número de municípios que sofreram perdas de áreas naturais, atingindo 82% de suas regiões.
- (Foto: Outras Palavras)
- (Foto: Greenpeace)
A fauna do Pantanal, que inclui várias espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, também foi severamente afetada pelos incêndios, especialmente o maior registrado em 2020, que consumiu 4,5 milhões de hectares e matou cerca de 17 milhões de animais. Muitos tentaram fugir do fogo, mas não sobreviveram devido à magnitude das chamas. A devastação é sentida até hoje, com cerca de 75 milhões de vertebrados e 4,6 bilhões de invertebrados afetados diretamente.
O Pantanal abriga uma biodiversidade impressionante, com mais de 3.500 espécies de plantas, 325 espécies de peixes, 53 de anfíbios, 98 de répteis, 656 de aves e 159 tipos de mamíferos, como a onça-pintada, o jacaré e o tuiuiú. Além disso, o bioma desempenha um papel vital no controle de enchentes e no fornecimento de água doce para milhões de pessoas no Brasil, Bolívia e Paraguai.

( Foto: Forúm Nacional deProteção e Defesa Animal)
Vale a pena relembrar que em 2000, a Unesco reconheceu a importância do Pantanal ao conceder-lhe o título de ‘Reserva da Biosfera’ e tombá-lo como Patrimônio da Humanidade.
Não basta celebrar o bioma ou ter um dia dedicado a ele, para garantir que o Pantanal continue a desempenhar esses papéis essenciais, ações concretas de preservação e recuperação são mais urgentes do que nunca!