O Dia da Conservação da Natureza, celebrado em 28 de julho, reforça a importância de proteger os ecossistemas e adotar práticas mais sustentáveis em todas as esferas — inclusive no turismo. Cada vez mais, viajar com responsabilidade deixou de ser tendência e virou necessidade. No Brasil, diversos destinos combinam beleza natural com iniciativas reais de preservação ambiental. Neste artigo, selecionamos cinco experiências que, além de inesquecíveis, ajudam a conservar o planeta. Confira e inspire-se!

5 DESTINOS COM INICIATIVAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

Viajar de forma consciente é uma das maneiras mais eficazes de apoiar a conservação da natureza. Em diversos cantos do Brasil, iniciativas bem estruturadas garantem que o turismo não apenas respeite o meio ambiente, como também contribua ativamente para sua preservação.

A seguir, selecionamos cinco destinos que se destacam justamente por unir belezas naturais e práticas sustentáveis.

1. BONITO (MS)

Bonito é referência nacional e internacional em turismo sustentável. A cidade sul-mato-grossense criou um modelo de controle de visitação exemplar, com número limitado de visitantes por atrativo, horários escalonados e acompanhamento obrigatório de guias credenciados. Além disso, a gestão dos resíduos e o uso de tecnologias para minimizar o impacto ambiental tornaram-se parte da rotina de operadoras e pousadas da região.

Outro ponto importante é que Bonito alia preservação à geração de renda local. A maior parte dos atrativos está localizada em propriedades privadas que, ao invés de promoverem desmatamento, apostaram no ecoturismo como fonte econômica. Com isso, proteger os rios de águas cristalinas, a vegetação e a fauna se tornou também um bom negócio. Aliás, visitar Bonito é uma das formas mais diretas de valorizar quem cuida do meio ambiente no dia a dia.

Estância Mimosa

Para saber mais sobre Bonito, confira nosso guia sobre o destino.

2. FERNANDO DE NORONHA (PE)

Fernando de Noronha combina paisagens de tirar o fôlego com um modelo rigoroso de controle ambiental. Para preservar seu ecossistema frágil, o arquipélago cobra taxas de preservação e limita o número de visitantes diários. Além disso, promove a fiscalização constante das atividades turísticas, como mergulhos, trilhas e passeios de barco. Esses cuidados permitem que a fauna marinha, como golfinhos e tartarugas, continue a se reproduzir em segurança na região.

Outra medida exemplar é a coleta e destinação correta do lixo, feita com apoio da comunidade local e parcerias com instituições ambientais. Os visitantes também recebem orientações claras sobre conduta responsável ao chegar na ilha. Inclusive, o turismo em Noronha só é possível graças à colaboração entre moradores, empresários e órgãos ambientais. Por isso, quem escolhe conhecer o arquipélago ajuda diretamente a financiar sua conservação.

Praia da Conceição Noronha

Inclusive, temos um guia super completo sobre um dos destinos mais lindos do mundo que é Noronha. Acesse aqui.

3. ALTER DO CHÃO (PA)

Conhecida como o “Caribe Amazônico”, Alter do Chão vai além da beleza das praias de rio. O vilarejo paraense, situado às margens do Rio Tapajós, também abriga iniciativas comunitárias voltadas à conservação da floresta e das águas. Associações locais promovem passeios em áreas preservadas, com foco em educação ambiental e valorização da cultura ribeirinha. Ao contratar guias da região, o visitante contribui diretamente com a economia local e fortalece práticas sustentáveis.

Além disso, projetos como o Saúde e Alegria e o Instituto Arapyau desenvolvem ações contínuas de preservação, reflorestamento e saneamento básico em comunidades próximas. A presença do turismo responsável ajuda a combater atividades predatórias, como queimadas ilegais e pesca irregular. Aliás, visitar Alter do Chão com consciência é uma forma real de apoiar quem protege a Amazônia de dentro para fora.

Conservação na Natureza: Alter do Chão

Imagem: Agência Santarém

4. PANTANAL (MT E MS)

O Pantanal é um dos biomas mais ricos do planeta em biodiversidade, mas também um dos mais ameaçados. Para proteger esse ecossistema único, pousadas e fazendas pantaneiras vêm adotando práticas de turismo de natureza com impacto controlado. Os safáris fotográficos substituíram a caça, enquanto guias locais são capacitados para promover a educação ambiental entre os visitantes. Inclusive, muitas dessas propriedades integram redes de conservação e monitoramento de fauna.

Além disso, projetos como o Onçafari e o SOS Pantanal têm papel fundamental no equilíbrio entre preservação e turismo. Eles trabalham diretamente com as comunidades locais, promovendo ações de pesquisa, reflorestamento e combate a incêndios. Ao visitar o Pantanal com operadoras conscientes, o viajante ajuda a manter viva essa região — que, aliás, é Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco.

5. SERRA DO CIPÓ (MG)

A Serra do Cipó, na região central de Minas Gerais, faz parte do bioma Cerrado e abriga uma das maiores concentrações de espécies endêmicas do país. O turismo na região se desenvolveu com forte vínculo à conservação: guias locais, hospedagens sustentáveis e controle de acesso ao Parque Nacional ajudam a preservar trilhas, nascentes e cachoeiras. Aliás, o uso consciente da água e a coleta seletiva já fazem parte da rotina de muitos empreendimentos.

Além das práticas sustentáveis, a Serra do Cipó também se destaca pela atuação de grupos e ONGs que promovem a educação ambiental e o engajamento da população na defesa do território. Por isso, visitar a região vai muito além das paisagens: é também um ato de valorização das iniciativas que protegem o cerrado — um dos biomas mais ameaçados do Brasil.

O QUE É UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Unidades de Conservação (UCs) são áreas protegidas por lei com o objetivo de preservar a biodiversidade, os recursos naturais e os ecossistemas. No Brasil, elas fazem parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e se dividem em dois grandes grupos: proteção integral, onde o uso humano é extremamente restrito, e uso sustentável, que permite atividades como turismo e pesquisa, desde que respeitem regras específicas.

Além disso, as UCs ajudam a combater o desmatamento, preservar nascentes e garantir a sobrevivência de espécies ameaçadas. Muitas delas, inclusive, funcionam como verdadeiros laboratórios ao ar livre para educação ambiental e conscientização. Ao visitar esses espaços com responsabilidade, o viajante participa ativamente da conservação e fortalece a importância dessas áreas para o futuro do planeta.

Conservação na Natureza

Parque Estadual Cantareira/SP

Para saber mais sobre esse assunto, clique aqui.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE FLORESTA NACIONAL E ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Tanto as Florestas Nacionais (Flonas) quanto as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) fazem parte do grupo de Unidades de Conservação de uso sustentável. No entanto, há diferenças importantes entre elas. As Florestas Nacionais são áreas públicas destinadas prioritariamente ao manejo sustentável dos recursos florestais, com foco em pesquisa, conservação da biodiversidade e visitação controlada. Ou seja, o uso da natureza é permitido, mas de forma planejada e com foco na sustentabilidade.

Dia da conservação na natureza: Floresta Nacional de Tapajós

Floresta Nacional de Tapajós

Já as Áreas de Proteção Ambiental (APA) possuem regras mais flexíveis. Elas geralmente abrigam populações humanas e têm como objetivo principal ordenar o uso do território, conciliando atividades econômicas com a proteção ambiental. Isso significa que, em uma APA, é possível ter propriedades privadas, turismo, agricultura e até cidades — desde que respeitem normas de preservação. Em resumo, enquanto as Flonas têm uso mais restrito e técnico, as APAs buscam equilibrar conservação e desenvolvimento.

Dia da conservação na natureza - Serra da Mantiqueira