No meio do deserto do Sinai, no Egito, fica o que muitos chamam de cinema mais solitário do mundo. Ao se deparar com suas cadeiras de madeira espalhadas pelas dunas, o visitante se pergunta como esse lugar foi parar ali. Apelidado de Cinema of Dreams (Cinema dos Sonhos), o espaço surgiu em 1990, fruto da ideia de um francês excêntrico que queria levar a magia do cinema ao coração do deserto egípcio.

Foto: Casa e Jardim / Globo
Com mais de 150 poltronas de madeira organizadas em fileiras, uma tela improvisada e um gerador a diesel, o projeto parecia saído de um filme surrealista. A proposta era clara: transformar uma colina isolada em uma sala de exibição ao ar livre, sob o céu estrelado do Sinai. Tudo estava pronto para a estreia.
UM CINEMA SOLITÁRIO E SEM ESTRÉIA
No entanto, o cinema mais solitário do mundo nunca chegou a funcionar. No dia da inauguração, falhas no gerador e resistência das autoridades locais interromperam os planos. O sonho parou ali, ainda na fase inicial. A estrutura permaneceu de pé, mas nunca exibiu sequer um filme. Desde então, o tempo tomou conta do lugar. O vento espalhou areia pelas poltronas, o sol castigou a madeira e a ferrugem dominou o equipamento elétrico.
Mesmo com o fracasso da ideia original, o cinema ganhou outro significado. Aos poucos, atraiu viajantes curiosos e fotógrafos interessados em lugares fora do comum. Hoje, o cinema mais solitário do mundo virou uma espécie de instalação a céu aberto, quase como uma escultura abandonada em meio à vastidão do deserto. A atmosfera lembra um cenário pós-apocalíptico, onde o tempo parece ter congelado.
Além disso, o acesso ao local continua desafiador. Não há sinalização nem estrada formal. Para chegar até o cinema, os visitantes precisam de veículos 4×4 e da orientação de guias locais. Essa dificuldade aumenta ainda mais o ar de mistério ao redor do lugar.
Ao observar o espaço, é impossível não se impressionar. As poltronas continuam alinhadas, voltadas para o nada — ou talvez para o céu. Em contraste com a paisagem árida e silenciosa, o cinema transmite uma sensação de pausa, como se esperasse eternamente por um filme que nunca começa.
Por fim, o que restou foi mais do que um fracasso logístico. O cinema mais solitário do mundo, no Egito, virou símbolo de um sonho interrompido. Apesar do abandono, ele continua alimentando a imaginação de quem o visita. Trata-se de uma obra inacabada que resiste ao tempo e transforma o deserto em galeria. Um segredo escondido entre as areias do Sinai, onde a única sessão é a da própria paisagem.
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