A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) determinou a interdição das operações nos aeroportos de Canela, na região serrana, e de Torres, no litoral gaúcho, por tempo indeterminado. Ambos os terminais atendiam apenas voos privados.
MOTIVOS DAS INTERDIÇÕES
Segundo a ANAC, as interdições ocorreram devido a desmobilização das equipes responsáveis pela operação dos aeroportos. As equipes eram compostas por gestores, operadores, responsáveis pela segurança, manutenção e resposta à emergência que eram ligados ao Departamento Aeroportuário do Estado do Rio Grande do Sul.
O Departamento informou que a saída das equipes faz parte do processo de transferência de gestão para a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). A iniciativa visa a operação de voos comerciais no curto prazo, fazendo com que haja outras alternativas de conexões aéreas com o fechamento do Salgado Filho, em Porto Alegre.
Contudo, já que a Infraero não atribuiu novos profissionais para responder pelos terminais, a Anac avaliou que há a existência de riscos potenciais às operações aéreas nos terminais. Sem um operador responsável, é impossível garantir o cumprimento das atribuições e responsabilidades previstas nas normas federais, com relação à segurança, inclusive. Tão logo que as irregularidades forem resolvidas, a interdição será revista.
SEM PLANO DE TRANSIÇÃO
A Anac informou também que não houve apresentação do plano de transição operacional, que define os prazos e ações a serem executadas por cada órgão.
O DAP também aponta em ofícios que, após um prazo acordado de 15 dias para melhorias, a Infraero iniciou obras sem uma solicitação formal ao DAP e sem emitir um Notam (Notice to airman), documento oficial usado para comunicar alterações em aeroportos.
Neste cenário, o governo estadual sugeriu a suspensão das atividades por meio de Notam, ou seja, por meio de comunicado operacional.
PRAZOS PARA A TRANSAÇÃO
A Infraero informa que a transição tem prazo de até quatro meses. O processo iniciou em 2 de setembro.
Já o DAP informou que a Infraero solicitou que o órgão estadual permaneça à frente das operações até o fim da transição. A Infraero teria dito que passaria a administrar os dois aeroportos 15 dias após a publicação da transferência, mas isso não aconteceu.
O governo estadual, no entanto, solicitou mediação da Anac para acelerar o processo.
COMENTÁRIO
Má notícia pra quem utilizava os aeroportos de Canela e Torres! O processo de transição de gestão poderia ter sido melhor orquestrado para não chegar ao ponto de interditá-los, pelos motivos citados. Neste ínterim, a população gaúcha fica sem dois dos seus terminais, além de não contar com o Salgado Filho, que ainda se prepara para uma retomada completa.
Que as irregularidades sejam logo resolvidas e os terminais devolvidos à população!