Em um platô no topo da Serra da Barriga, a 80 quilômetros de Maceió, descansam os remanescentes do maior e mais famoso quilombo que existiu no Brasil. Ali, no antigo cenário da resistência de Ganga Zumba, Zumbi dos Palmares e milhares de pessoas que lutaram por sua liberdade, foi construído o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, o primeiro e único parque brasileiro dedicado à cultura afro-brasileira do país.
Hoje, o parque é aberto para visitações de forma gratuita com o objetivo de instruir os visitantes sobre a história dos quilombolas. A própria construção do parque foi um ato de luta: através da Fundação Cultural Palmares, o Movimento Negro brasileiro persistiu por 25 anos na discussão por sua abertura. O lugar tem valor inestimável para a história do Brasil, tombado como patrimônio histórico pelo Iphan e patrimônio cultural do Mercosul, e garante uma experiência rica em contemplação e compreensão da época.
O PASSEIO NO ANTIGO QUILOMBO DOS PALMARES

Reconstrução de moradia típica do Quilombo dos Palmares. Foto: Sedetur/Lucas Meneses.
Pisar no topo da Serra da Barriga já permite entender a inteligência estratégica dos quilombolas — isolamento em meio à mata densa, visão vantajosa de todos os arredores e uma posição em meio a fartas árvores frutíferas foram fatores decisivos para a longevidade do assentamento. O mirante do parque proporciona ainda uma vista deslumbrante da região.
Dentro da propriedade, os visitantes encontram uma recriação do que era o assentamento em seu momento de maior atividade (o Quilombo dos Palmares já chegou a abrigar cerca de 20 mil habitantes). Os casebres, chamados de mocambos, imitavam ocas indígenas e eram erguidos com a técnica de pau a pique. As edificações encontradas pelos turistas no parque são reconstruções do que existiu ali, já que as casas originais foram destruídas pela tropa do bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1964.
Embora o ingresso ao parque seja gratuito, a experiência só se completa com o acompanhamento de um guia da região. Os guias detém um conhecimento completo sobre o quilombo, e ouvir eles falarem se torna praticamente uma aula de história in loco. O serviço fica em torno de R$ 40 para uma pessoa ou R$ 60 para uma dupla. Entre em contato e reserve com antecedência, pois não há guias à disposição no parque. Procure pela Dandara no número (82) 99820-9960 ou pelo João, no (82) 99184-0913.
Operadoras de Maceió também vendem o passeio: o pacote sai em média R$ 140, incluindo traslado, acompanhamento de guia e almoço no restaurante Baobá, tradicional recanto de culinária afro-brasileira e chefiado pela carismática Mãe Neide. Se quiser almoçar no restaurante sem comprar o pacote do receptivo, entre em contato e reserve; por conta do movimento gerado exclusivamente pelas visitas ao parque, o Baobá costuma abrir em função da demanda. O bufê é livre e o valor para comer à vontade é de R$ 70.