Maceió é a capital litorânea de Alagoas, com localização central entre as costas norte e sul do estado. O centro urbano da cidade cresceu a partir de um engenho de cana-de-açúcar, e ganhou importância política e econômica graças ao comércio realizado no porto de Jaraguá. O desenvolvimento da cidade levou ao seu desmembramento do atual município de Marechal Deodoro em 1815, considerado ano de fundação de Maceió, e, após disputas entre as duas cidades, Maceió se tornou sede do governo de Alagoas em 1839.
Atualmente, a capital alagoana é famosa por ostentar algumas das praias mais lindas do Brasil, e pode se vangloriar por ter a orla urbana mais vistosa do Nordeste. Quem visita a cidade está em busca de sol e pé na areia, e encontra uma completa infraestrutura voltada aos turistas e viajantes, toda concentrada no entorno da orla.
ARTESANATO ALAGOANO
Depois de passar o dia todo na praia — seja em alguma das praias da cidade, seja em um bate-e-volta para algum destino um pouco mais distante —, você provavelmente voltará à capital buscando o lugar perfeito para jantar ou preencher as últimas horas do dia com algum divertimento.
Um dos bairros mais interessantes que valem a pausa do banho de mar é Pontal da Barra, onde, além de ser um dos melhores pontos para observar o sol se pôr contra a silhueta da cidade, você encontra um pólo da tradicional renda de filé. O filé alagoano é um bordado construído em duas partes: primeiro, a rendeira monta uma base em malha, similar a uma rede feita com espaçamentos bem pequenos entre os fios; em seguida, os pontos são bordados por cima da rede de fios, criando desenhos complexos e coloridos.
É essa combinação de padrões que dá ao filé sua singularidade, já que podem ser criados de formas únicas a cada novo padrão desenhado pela rendeira. E sim, rendeirA! As responsáveis pela criação da arte do filé são tradicionalmente mulheres, e repassam a técnica e a paixão pelo bordado de geração em geração, alimentando a produção maceioense de peças de cama, banho e vestuário belíssimas e artesanais. O filé foi registrado como patrimônio imaterial pelo Conselho Estadual de Cultura de Alagoas, em 2014.
GASTRONOMIA EM MACEIÓ
Outra experiência que não se pode perder em Maceió é provar de suas muitas delícias regionais. No Picuí, comece pedindo de entrada os dadinhos de tapioca com carne de sol desfiada na nata, e siga com alguma das opções de pratos principais com, de novo, carne de sol — é a especialidade do chef Wanderson Medeiros.
Outro restaurante de autoridade no regionalismo é o Bodega do Sertão. A decoração chama atenção desde a fachada, em forma de bule, até o interior, que é só charme com objetos símbolos da cultura nordestina e sertaneja. A comida é servida em bufê, mas há opções à la carte de pratos à base de cuscuz e tapioca, com destaque para a sobremesa Mandacaru, tapioca em forma de cactus recheada com queijo coalho, doce de leite e banana assada, complementada com sorvete cremoso de tapioca.
Onde quer que você vá, não se esqueça de se refrescar com um suco natural de uma das muitas frutas típicas da região: acerola, cajá, graviola, entre outras, e as muitas combinações entre estas. Ou, melhor ainda, passe em uma das unidades da sorveteria Bali, ativa desde os anos 90 e famosa pela oferta de mais de 100 sabores, incluindo uma variedade de tipos de chocolate e, claro, de frutas do Nordeste, como sapoti e mangaba. Recomendamos a unidade da Av. Dr. Antônio Gouveia, em Pajuçara.
Para uma culinária exótica, mas imperdível, busque o Wanchako. Comandado pela chef Simone Bert, ex-participante do programa Masterchef Profissionais, o restaurante utiliza ingredientes regionais em receitas de origem peruana, e já foi premiado como melhor restaurante da cidade e melhor restaurante de culinária peruana do Brasil.
PRAIAS DE MACEIÓ
No verão, o famoso verde-claro do mar de Alagoas pode ser encontrado tanto nas praias da cidade como nas de seus arredores, a poucos quilômetros do centro. Com uma capital urbana de apoio, não falta infraestrutura turística para as praias de Maceió, e todas as orlas desfrutam de restaurantes, lanchonetes, bares, sorveterias e uma miríade de serviços e comércios a uma curta caminhada de distância — claro, com as devidas particularidades de cada bairro.
Na hora de decidir quando ir e que praias conhecer, é bom ficar de olho no medidor de balneabilidade do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, que indica quais praias estão próprias e impróprias para banho. Salve esse link: ele será útil antes e durante a sua viagem, pois é comum que, durante a estação das chuvas, algumas praias urbanas estejam impróprias para banho, devido à combinação da alta densidade populacional da cidade com algumas falhas de saneamento da região.
Pajuçara: Mesmo longe de Maragogi e em pleno centro urbano, Alagoas entrega piscinas naturais margeadas por recifes de corais lindíssimos com possibilidade de passeio de jangada e flutuação com snorkel (em média R$ 30). As piscinas de Pajuçara ficam bem próximas da costa, a dois quilômetros. As águas, protegidas pela barreira de corais, são calmas e perfeitas para banho (desde que observadas as previsões de balneabilidade).
Na saída, passe por uma das vibrantes feiras de artesanato do bairro, a Feirinha da Pajuçara e o Pavilhão do Artesanato, para comprar uma lembrança da visita a Maceió. Os vendedores oferecem os habituais chaveirinhos, coçadores de costas e abridores de latas, mas você também encontra artigos mais típicos da região, como camisas e outras roupas feitas com a renda de filé alagoana, ou artes em areias coloridas das falésias de Carro Quebrado ou da Praia do Gunga.
Ponta Verde: A mais bonita da região. O nome faz referência ao formato da praia, literalmente numa pontinha do continente toda cercada por coqueiros. Tem dois lados, um que se estende e se mescla com a praia de Jatiúca e outro com a de Pajuçara, sendo este último o mais bonito. Um farol no meio do mar deixa a paisagem ainda mais pitoresca, para a alegria dos fotógrafos amadores. A orla é muito bem servida de restaurantes para todos os gostos, e levam destaque o Kanoa e o Lopana, dois clubes de praia abertos dia e noite.
O Lopana oferece passeios em seu “trimarã”, o catamarã da casa, para as piscinas naturais de Pajuçara. O cardápio (que, aliás, é uma graça, cheio de cores e dicas espalhadas pelas páginas) é recheado de delícias regionais, com e sem frutos do mar, e o bar disponibiliza sua programação musical da semana no site.
Jatiúca: Linda, mas infelizmente uma das praias onde frequentemente é preciso se atentar para a previsão de balneabilidade. Jatiúca tem mar agitado, mais procurado por surfistas, e seus atrativos se voltam mais para uma caminhada pelo calçadão, absorvendo a atmosfera da cidade praiana e explorando o comércio da orla, do que para o banho de mar.
As noites nas barracas junto à orla são agitadas e, próximo à praia, a Av. Dr. Antônio Gomes de Barros — que ainda é conhecida por seu antigo nome, Amélia Rosa — concentra bares, restaurantes, sorveterias e galerias mais sofisticadas.
PRAIAS NOS ARREDORES
Guaxuma: A primeira praia localizada oficialmente no litoral norte, Guaxuma fica a 10 quilômetros do centro de Maceió. É dividida em uma seção protegida por barreiras de corais, de ondas mais disciplinadas, e uma parte onde o mar é mais agressivo. Menos frequentada que as praias urbanas, vê algum movimento apoiado pela estrutura moderada de barracas e tendas. É mais procurada por quem não quer ir muito longe de Maceió, ou pelos hóspedes das casas de veraneio que funcionam na alta temporada.
Ipioca: Fica nos arredores de Maceió, a 20 minutos da cidade, também no comecinho do litoral norte. É bem menos movimentada do que as praias da orla urbana da capital, e linda como toda a costa alagoana. A faixa de areia é extensa, perfeita para caminhadas.
A estrutura daqui conta com uns poucos restaurantes e espaços para descanso, entre eles o charmosíssimo Hibiscus Beach Club. Os preços são salgados: o day use do espaço Beach, com acesso a mesas, cadeiras, espreguiçadeiras e piscina infantil, sai por R$ 55, e o day use do espaço Lounge, que reserva lounges para pequenos grupos de duas até seis pessoas, fica a partir de R$ 380. As refeições, pagas à parte, ficam por volta de R$ 100 por pessoa.
Outra sensação da Praia de Ipioca, o Guarda Rios é o beach club mais novo da região. Construído de forma a integrar os espaços de lazer à natureza, tem deque de madeira com estofados e mesinhas em um amplo ambiente aberto, posicionados em meio aos coqueiros nativos da praia. O day use da área Beach, na areia e com acesso a mesas, espreguiçadeiras e piscina, sai por R$ 50 por pessoa, e na área VIP, no deque, reservada para até oito pessoas e com acesso a hidromassagem, por um adicional de R$ 350 para o grupo.
Além das praias dentro e nos arredores da cidade, há opções indispensáveis ao sul e ao norte da cidade, facilmente acessados com um carro alugado ou mesmo com traslados oferecidos a partir de Maceió. O aluguel de carro é mais recomendado, visto que permite maior liberdade de tempo (sem horário fixo para ir e voltar) e de mobilidade, para quem gosta de explorar várias praias de uma vez. Para tanto, a Rent Cars oferece diárias a partir de R$ 81 para carros simples.
Ao norte, a Barra de Santo Antônio exibe as imperdíveis praias de Carro Quebrado, Paripueira e Tabuba, e um pouco mais adiante você já chega na paradisíaca e preservada Rota Ecológica de Milagres. Já no sentido sul, ficam as badaladas Praia do Francês e Praia do Gunga, e no meio delas, a Praia da Barra de São Miguel, point hoteleiro e com cenário de mangue.
Vale a pena visitar cada uma delas, mas, como o tempo é sempre curto, leia nossas dicas e escolha a rota que melhor se encaixa em seu planejamento — e, quem sabe, volte a Maceió para conhecer o que deixou de fora da primeira vez!
ONDE FICAR EM MACEIÓ
- Salinas Maceió All Inclusive Resort, em Ipioca
- Flor de Lis Exclusive Hotel, na Praia de Garça Torta
- Best Western Premier, em Pajuçara
- Ritz Lagoa da Anta, em Jatiúca
- Acqua Suítes, em Pajuçara