O Vizcaya Museum & Gardens foi construído entre 1914 e 1922, durante os chamados “anos dourados” dos Estados Unidos. É uma enorme propriedade com uma majestosa mansão e jardins luxuriosos, e a composição do cenário faz daqui um dos mais lindos locais de Miami — não por acaso, é muito comum encontrar casais fazendo fotos de noivado e casamento por aqui. O terreno fica no bairro de Coconut Grove, na Biscayne Bay, uma região da cidade de Miami cercada por árvores tropicais.
Vista da entrada da villa. Foto: Flickr/Keith Anthony Ng.
A mansão foi idealizada pelo milionário James Deering, que usaria a propriedade como um refúgio de inverno, aproveitando o onipresente sol floridiano para escapar do frio. A arquitetura foi pensada como uma mescla de influências mediterrâneas e também do próprio sul da Flórida. O resultado é um casarão à maneira das villas italianas, adornado por um jardim tropical ornamental.
Jardins do Vizcaya Museum
Os jardins, aliás, ocupam grande porção da propriedade, e chamam a atenção por seguirem a linha europeia de estilização, mas com espécies floridianas como grandes coqueiros e palmeiras em canteiros bem cuidados. O jardim é organizado em blocos, cada um com seu conceito e coleção de plantas. Ilhota Central, Jardim do Labirinto, Jardim do Teatro, Jardim do Chafariz e Jardim Secreto são alguns dos nomes dados às diferentes seções da propriedade.
Deering também tinha uma certa predileção por orquídeas, e hoje a administração do Vizcaya Museum registra mais de 2000 espécimes da planta, espalhadas pela propriedade e também concentradas no orquidário. Ao mesmo tempo, parte do terreno é coberta pela vegetação natural original de Miami, pois Deering escolheu não derrubar toda a mata nativa de sua propriedade; como resultado, os limites dos jardins encontram a floresta tropical centenária que já não existe mais em outras partes da cidade. É graças a essa preservação que o Vizcaya abriga hoje sete “Champion Trees”, título dado às maiores e mais altas árvores de sua própria espécie, que passaram décadas e até séculos crescendo.
Esculturas e detalhes
A mansão em si tem três andares e 34 cômodos, cada um deles planejado meticulosamente com a intenção de harmonizar arquitetura, papéis de parede, mobília e decoração. Por causa disso, a coleção do Museu Vizcaya são os próprios ambientes, cuja composição e itens dispostos são verdadeiras obras de arte. Merecem destaque a Sala de Música e o Quarto do Mordomo; fora da casa, não se pode deixar de apreciar a grande barcaça de pedra (em inglês, “barge”), esculpida sobre o mar na reentrância da Biscayne Bay para funcionar como um quebra-mar ornamental.
“The Barge”, o quebra-mar em forma de barcaça do Vizcaya. Foto: Flickr/Neil Williamson.
Enquanto as obras mencionadas merecem ênfase na sua visita, não foque apenas nas grandiosidades do lugar. A melhor parte do Vizcaya é a forma como os intrincados detalhes se alinham para criar o encanto do cenário. Note o formato das paredes do Jardim Secreto, cobertas por corais para dar ao ambiente um ar de “fundo do mar”, ou passe algum tempo observando os padrões dos vitrais na galeria fechada (Enclosed Loggia), e aproveite a visita para apreciar ao máximo o trabalho dos arquitetos e designers do século passado.
Informação
Para visitar, é necessário adquirir um ingresso por US$ 25. É possível ainda contratar um tour guiado pela mansão (US$ 5), pelos jardins (US$ 5) ou ainda utilizar o áudio guia (disponível gratuitamente no aplicativo Vizcaya Museum & Gardens). Para chegar, basta pegar o metrorail e descer na estação Vizcaya, a partir da qual basta uma caminhada de dez minutos para chegar nos jardins. Se você vem dirigindo, há dois estacionamentos gratuitos com grande capacidade para acomodar os carros. Tenha em mente que, para uma visita completa, você vai precisar reservar cerca de três horas do seu dia. Há também um charmoso café no local, assim como uma loja de souvenires do museu.
