Massagem em alto mar, pés descalços, um programa de tratamento do sono, ingredientes orgânicos, aulas para aprender a soprar vidro. A proposta do Soneva Fushi vai além da hospedagem: é um convite à conexão entre o corpo (e nossa existência), o tempo e o meio ambiente; entre o hotel-empresa, a comunidade e a natureza em meio às quais ele está instalado. É uma resposta mais humana à alta velocidade como vivemos o dia a dia contemporâneo.
Também no atol de Baa, onde estão outros hotéis de nosso guia, o Nautilus, o Four Seasons, o Anantara Kihavah, o Milaidhoo, o Soneva Fushi, na ilha de Kunfunadhoo, é uma das três experiências que a rede fundada pelo inglês com ascendência indiana Sonu e pela diretora criativa sueca Eva, sua esposa, oferece nas Maldivas. As outras são o resort Soneva Jani no atol de Noonu, vizinho ao Baa, e um iate de 75 pés, o Soneva in Aqua, que pode ser alugado por US$ 5.500 por dia para navegar pelas águas maldivianas.
A 35 minutos de voo em hidroavião a partir do aeroporto internacional de Malé (calcule US$ 1.100 pelo bilhete de ida e volta do transfer, só disponível entre as 9h e as 15h), um dos diferenciais do Soneva Fushi é a capacidade de receber de casais apaixonados até grandes grupos de amigos, já que as 63 casas possuem 27 plantas distintas que abrigam de duas a 20 pessoas.
Mas, diferentemente do Soneva Jani, o Soneva Fushi não é um hotel de bangalôs sobre águas: são apenas oito acomodações construídas dessa forma; todas as outras estão distribuídas à beira-mar pela ilha. O interessante é que são muitas as formas de escolher a casa para chamar de sua — e todas muito espaçosas, a menor tem 294 metros quadrados. Vai desde a luz do dia, se voltada para o nascer ou o pôr do sol, ou ainda com academia, com sauna, com cozinha, com biblioteca, com piscina, quarto para babá, casa na árvore para crianças etc.
Na gastronomia, exclusividade, um toque de aventura e sustentabilidade — a não ser que você peça, não há carne vermelha de nenhum tipo nos cardápios. Além do Fresh In The Garden, o sofisticado restaurante orgânico-plant-based suspenso sobre a vegetação da ilha, três restaurantes recebem apenas poucos convivas por noite mediante reserva. O Once Upon A Table recebe chefs convidados provenientes de restaurantes estrelados e propõe a cada dia um menu surpresa; o So Hands On é o restaurante de sushi que recebe apenas cinco hóspedes por refeição; e tem ainda o So Bespoke, um jantar que acontece al fresco durante o pôr do sol, e cuja especialidade são os teppan yaki. O Soneva Fushi tem ainda mais oito restaurantes, bares e cantinhos especializados em queijos, chocolates e sorvetes. Ou seja, estímulos para as papilas gustativas não faltam.
O Soneva Fushi se destaca ainda por mais dois motivos. O primeiro são as atividades repletas de diversão e conhecimento para crianças e adolescentes, que vão desde a influência dos mosquitos sobre nossas vidas (sua importância para o ecossistema mas também as doenças transmitidas por eles) à observação noturna de estrelas, passando por um curso de navegação em terra e no mar — e tudo sobre as ondas, as marés, as correntes marítimas — que culmina com a visita aos destroços de um navio que afundou na região em 1602 (na hora da reserva, você pode acrescentar essa atividade ao custo de US$ 3.140 por criança acima de 12 anos).
O segundo é a Fundação Soneva, uma organização sem fins lucrativos, com projetos de grande relevância e sensibilidade como, por exemplo, a distribuição de fogões mais eficientes em Mianmar para diminuir o desflorestamento causado pela necessidade de lenha para cozinhar, ou ainda o ensino de natação para crianças maldivianas (apesar de morarem em ilhas, poucas sabem nadar) para que, ao estar em contato próximo com o mar, elas entendam a importância de proteger a biodiversidade marinha, a maior riqueza de seu país.
Para se hospedar no Soneva Fushi, calcule a partir de US$ 1.900 por noite com café da manhã incluso. E aí, você pode comprar os pacotes para meia-pensão ou pensão completa (que incluem também o almoço e o jantar, e a possibilidade de se jantar nos restaurantes gastronômicos), adicionando mais US$ 180 a US$ 400 por dia e por pessoa.