As quatro maiores ruínas maias da região são a de Tulum, Cobá, Ek Balam e Chichén Itzá (dedicamos um tópico exclusivo para essa experiência). A recomendação é para que você se programe para visitar as quatro; por sua localização distinta e porque todas eram consideradas cidades-estado — ou seja, autônomas tanto econômica quanto politicamente. Aliás, por conta da cultura militarista, muitas até viviam em guerra entre si.
A cultura do povo maia também se manifesta — em máximo grau — por meio dos seus conhecimentos matemáticos (criação do número zero), astronomia (formação do calendário maia e aprimoramento agrícola) e escrita (hieróglifos, única escrita das Américas). Por isso, estas ruínas perpetuam esses ensinamentos por meio de indícios astrológicos históricos.
Outro denominador comum entre essas cidades é que seu auge prevaleceu de 250 d.c a 900 d.c, delineado pelo processo de urbanização e de uma organização política mais complexa. Após este período, principiou sua decadência. Em meados de 900 d.c teve início o fim do povo maia, ocasionado por desastres naturais, empobrecimento do solo e guerras de origem desconhecidas.Até meados do século XVI, algumas vilas resistiram, sendo posteriormente impactadas pela presença dos espanhóis.
DICAS GERAIS
Muito calor. Seja qual for o endereço da sua ruína, você poderá sofrer com a ausência de sombras e com o abafamento. Por isso, leve um boné e até uma garrafinha de água (as vendas ficam fora do sítio arqueológico.)
As opção para chegar aqui são muitas. Você poderá ir de carro, pois todos dispõem de um estacionamento — aliás, muitas locadoras oferecem carro só para a visita às ruínas. Também há como ir junto com agência, com chance de poder furar fila, mas sem a flexibilidade no roteiro. Ou de ônibus, saindo da rodoviária — uma viagem um pouco mais longa, mas com certeza a mais em conta. Ou por último até mesmo de moto ou bicicleta (dependendo da distância)! E uma curiosidade útil: por estarem localizados fora da Península de Yukatan as entradas são mais baratas do que a do Chichén Itzá.
RUÍNAS DE COBA
Esse sítio arqueológico, situado entre duas lagoas cercadas por selva, possui, atualmente, uma área de 6 km². Anteriormente, abrangia de 70 a 80 km². Além disso, apresenta uma rede de ‘caminhos brancos’ (sacbés em maia), que são estradas pavimentadas elevadas que conectavam os assentamentos do império entre 500 e 900 depois de Cristo.
Umas das particularidades dessa ruína maia é que você poderá explorá-la de bicicleta – a serem alugadas na entrada – ou de bicitáxis por US$ 2. Sugerimos também que calcule US$ 3 para a entrada e em torno de US$ 50 para contratar um guia, ou pelo menos utilize do guia impresso. Para programar sua visita, é importante saber que essa experiência está localizada a 45 quilômetros do centro de Tulum, com duração de duas a três horas, podendo ser combinada com outra ruína. Horário de funcionamento é das 8h às 7h (último acesso às 16h30h.).
CURIOSIDADE ESPALHADA POR AÍ
Não deixe de observar as pedras espalhadas pelo caminho, chamadas estelas, onde há inscrições e imagens produzidas pelos maias para registrar eventos e datas importantes. Por exemplo, a cada 20 anos faziam uma estela comemorativa com os acontecimentos importantes, além disso a elite política e religiosa usava desse monumentos para se promover e alcançar coesão e controle social e como uma ferramenta para negociar.
RUÍNAS DE TULUM
Especialmente famosa por sua localização, onde uma ilha privativa de água caribenha guarda histórias milenares. São 50 construções com diferentes funções – religiosas, moradia, realeza, espalhadas pela zona arqueológica que inclusive conta com um porto. A construção mais famosa é o El Castillo, farol em desuso e antigo espaço cerimonial.
Entre as ruínas maias, ainda é possível ver o muro que fora construído para a proteção e que delimitou espacialmente a divisão social, uma vez que dentro dos muros só poderia ficar a elite. E diferente das demais ruínas, em que o visitante sofre de calor sem solução, neste caso ele poderá descer as escadas e se banhar no mar.
Outra particularidade é que, a não ser que o plano seja seguir viagem para as ruínas de Coba, dá para fazer o trajeto de bicicleta saindo de Tulum. O percurso curto leva cerca de 14 minutos, mas por que não fazer desvios pela orla e ir acompanhada do mar?
A bilheteria e o estacionamento estão a 1 quilômetro da entrada, mas para aqueles que preferirem não acessá-los a pé, um trenzinho é disponibilizado. O passeio está aberto das 9h às 17h (último acesso Às 15h30) e o valor da entrada é US$ 5.
RUÍNAS EK BALAN
Suas ruínas recém- exploradas, das quais muitas ainda não se revelaram, mantem-se submergidas pela mata, e somado ao dificuldade do acesso muitos turistas não vão visitá-las, mas é exatamente no isolamento que mora a beleza dessa experiência. Devido à baixa frequência de visitantes, paira sobre o ar um silêncio suspeito e instigante.
Além disso, ainda que a sua pouca escavação esconda a magnitude daquele espaço, sabe-se que lá existiu a capital do reino de Talol. E, entre as ruínas que se pode contemplar, e também interagir, está a Acrópolis, assim como nas cidades da Grécia Antiga. Essa construção de valor simbólico e estratégico evidencia a relação dos maias não apenas com a cultura egípcia, como é mais conhecido, mas também com a cultura grega.
ACESSO MAIS DIFÍCL: COMBINE COM OUTRAS ATRAÇÕES
Como mencionado, o acesso dessas ruínas não é fácil, excursões não são comuns e nem transportes públicos, sobram apenas carros e táxis (coletivos também). Ela fica a uma distância de 1h27 de Tulum, mas o interessante é que pela região é possível explorar outros cenotes, tirolesa e, pela sua proximidade com Valladolid (e, naturalmente, com Chichen Itzá), talvez valha a pena emendar com outros programas. Ou até mesmo, passar algumas noites em Valladolid, encurtar as distâncias entre essas atrações.
O Ek Balan fica aberto das 8h às 17h e o ingresso para estrangeiros custa US$ 9,5 (65 pesos taxa federal + 128 pesos taxa estadual). Leve dinheiro em espécie, até mesmo para pagar os – possíveis – flanelinhas no estacionamento.