O sobrevoo em hidroavião por Anavilhanas, com a imensidão de suas 400 ilhas verde-floresta que contrastam com as águas pretas do rio Negro, só se compara com o voo pelos milhares de lagos e colinas de areia dos Lençóis Maranhenses. Ambas, paisagens únicas no mundo; ambas, inesquecíveis. A 40 quilômetros acima da cidade de Manaus, Anavilhanas é o segundo maior arquipélago fluvial do mundo e está não muito longe do primeiro lugar, o de Mariuá, a 200 km daqui, também no rio Negro, com 700 ilhas.

É aqui em Anavilhanas, onde você vai viver duas viagens diferentes, dependendo da época que vier. Durante a temporada das chuvas, de novembro a março, o nível das águas do rio Negro sobe impressionantes 15 metros. E, no ápice da cheia, nos meses de junho e julho, você vai conseguir fazer trilhas de canoa pelos igapós, a floresta alagada, e vai se deslumbrar com a mata refletida nas águas pretas e imóveis, como em um espelho, e os sons dos animais da floresta, ainda mais evidentes porque a canoa não tem barulho de motor. Já a temporada seca, entre maio e setembro, faz com que o rio baixe, chegando ao menor nível nos meses de outubro e novembro, o ápice da vazante. A diminuição do nível do rio faz com que surjam pequenas cachoeiras e centenas de praias de areia fininha nas muitas ilhas do arquipélago. 

Por ser de difícil acesso, as praias são desertas. Na época da vazante, os barcos de cruzeiros atracam nas ilhas para pernoitar. E, assistir ao nascer ou o pôr do sol nessas praias, seja sentado na areia ou se banhando nas águas mornas e escuras do rio Negro, é um tipo de integração com a natureza raro nos dias de hoje. Tão inesquecível quanto o sobrevoo por essa belíssima natureza.