Conheça as Huacas de Lima. Afinal, o que são huacas? Na língua nativa mais usada da América Latina, o quechua, huacas significam ‘sagrado’ — o que compreende a divindade em si ou o lugar onde é cultuada. Cada divindade possui traços únicos, e assim, cada huaca é diferente.

Desde o período pré-inca, huacas foram espalhadas por todo o território peruano como centros ritualísticos. Centros que acabaram por se transformar também em centros urbanos. No entanto, sendo palco de oferendas e comércio, não é tão difícil imaginar o que aconteceria com a chegada violenta dos espanhóis, sucedida pelos ‘huaqueros’. Os huaqueros são caçadores de relíquias e depredadores de patrimônio histórico, que vendiam os tesouros encontrados — dos quais muitos, inclusive, ainda estão em posse de colecionadores e museus estrangeiros. 

Só em Lima há muitas ruínas, como a Huaca Pucllana, Huaca Huallamarca e Pachacamac (40 quilômetros, 1h20), fundadas, normalmente, pela cultura Lima. Fora de Lima, em Barranca,  a quase quatro horas de distância, há outras ruínas famosas,  estas da civilização Caral, a primeira entre todas.  Entre as mais conhecidas estão a Ciudad Sagrada de Caral (174 quilômetros, quase 3h23 horas) e El Aspera (187 quilômetros,  3h40). Para as ruínas de Barranca, uma sugestão é ir junto a uma agência! 

Huaca Huallamarca

Dentre as Huacas de Lima, uma das mais impressionantes. Imagine o espetáculo da pirâmide milenar que fica localizada em meio ao bairro nobre San Isidro. Acredita-se que sua construção de tijolos de lama era utilizada como um templo cerimonial do povo hualla, e onde abrigavam-se as tumbas, em que eram colocados os mortos em posição fetal para simbolizar o renascimento- como se voltassem para o útero de Pachamama, a mãe-Terra. 

Por seu tamanho relativamente menor do que o das outras ruínas de Lima e à sua conservação menos eficiente, este sítio arqueológico recebe pouca visitação. No entanto, situado em meio a San Isidro, o polo financeiro da cidade, a combinação das ruínas desgastadas com os edifícios modernos proporciona um contraste inesquecível.

Por fim, ao sopé dessa pirâmide de 35 metros de altura, está o museu com mais explicações sobre o lugar e a cultura Lima, construtores da região entre 200 a 100 a.c. Vale destacar que não há necessidade de guia, e o valor da entrada é relativamente acessível, sendo US$ 1, das 9h às 17h.

 

esquina con avenida El Rosario y, Av. Nicolas de Rivera 201, San Isidro, Peru

 

Huaca Pucllana

Pelas deusas do mar! Do simbolismo traduzido pelas paredes amarelas de ‘cor feminina’, aos sacrifícios de mulheres e crianças para ‘acalmar as deusas’, esse lugar fundado há, aproximadamente, 1800 anos pela civilização dos Limas revela a adoração a essas deusas (violentas) que ali habitavam. As deusas eram observadas de um pedaço de terra –ainda — soterrado. Um dos muitos pedaços soterrados, aliás: estima-se que a área que hoje ocupa um quarteirão, era seis vezes maior. 

Huaca Pucllana significa  “lugar sagrado para jogos”, o que sugere que o local era usado para rituais de jogos. Inclusive, para os Limas, esse complexo foi também o seu centro administrativo e religioso.  Mas outros três povos distintos também dominaram essa região ao longo dos anos. Seguidos, por fim, dos invasores mais violentos – os espanhóis e os huaqueros. 

 

COMO SE CONSERVOU?

Contudo, mesmo com o período de saque promovido a partir do século 14 e a utilização do espaço como pista de motocross (antes de saber da existência das ruínas em 2012), o sítio arqueológico se conservou. Isso se deu devido à quase-ausente chuva em Lima e a fascinante “técnica dos livros”. Essa técnica consiste na construção de tijolos alinhados de pé e com certo distanciamento para gerar flexibilidade, e assim não sucumbirem com os terremotos (tão frequentes em Lima.)

Além disso, durante o passeio, pelas você encontrará representações dos povos, da sua horta, dos seus animais, é realmente bem mágico! E sua localização também é mágica: acessível por uma caminhada de meia hora saindo da icônica e moderna Miraflores — que um dia já foi completamente habitada por agricultores e pescadores.

 Aberto das 9h às 17h e com visitas guiadas têm início a cada meia hora pelo valor de US$ 4. Ao fim do dia, visite o Museu que está incluso no pacote e depois, se sente no prestigiado restaurante Huaca Pucllana (do lado de fora) para apreciar a vista de cima, enquanto aprecia pratos deliciosos. Saiba mais no site oficial

 

Ca. Gral. Borgoño cuadra 8, Miraflores 15074, Peru

 

Pachacamac

 

 Aqui manifesta-se o oráculo mais importante da época pré-inca, capaz de prever o futuro e o movimento da terra. Morada do Deus do terremoto, que transformou esse lugar fundado há dois mil anos para além de um centro de adoração. Assim, se tornou também um lugar para onde a população peregrinava para pedir alívio pelos terremotos, e se abrigar na “alma de la tierra, el que anima el mundo”

Está localizada à margem direita do rio Lurin, a 40 quilômetros do centro de Lima. Mas não precisa se preocupar: a ‘peregrinação moderna’ ao invés de ser feita a pé (em 6 horas saindo do centro de Lima,) poderá ser feita em 50 minutos. Seja com uma agência ou com táxis (privativos ou não) por, aproximadamente, U$S 19.  

Aqui jazem 16 pirâmides, praças, palácios e templos construídos ao longo de centenas de anos. E estão divididos, segundo historiadores, em quatro partes: administrativo, cerimonial, doméstico e abrigo para os peregrinos. E isso é apenas um terço do que está para ser escudado. Aliás, em 2012, ossos foram descobertos nesta área e, desde então, diariamente mais ossos são desenterrados pelos ventos. Para explorar mais informações fascinantes como essas, recomenda-se uma visita ao Museo de Sitio de Pachacamac, situado no sopé da montanha. 

O passeio está aberto das 10h às 15h Às quartas, quintas e sábados e nos primeiros domingos do mês. A entrada custa US$ 4 por adulto mas, considerando que você vá a essas ruínas por meio de uma agência, o valor total do passeio gira em torno de US$ 36.   

 

Antigua Panamericana Sur 31.5, Pachacamac 15841, Peru

 

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