Como os cenotes (cavernas inundadas) eram para o povo maia fonte de abastecimento de água, naturalmente, os seus assentamentos aconteciam nas suas proximidades. Um desses assentamentos desenvolveu-se no centro do Império Maia na América Central, o Chichén Itzá, fundado entre 600 e 800 D.C. perto do cenote Sagrado, poço utilizado depois somente para os rituais de sacrifício maia.
O Chicken Itzá é um sítio arqueológico, isso significa que lá foram encontrados vestígios de atividades humanas – uma definição um tanto genérica, mas que se enquadra perfeitamente nesse caso. E esses resquícios, por sua vez, remontam a 400 D.C. ainda que o seu estabelecimento enquanto cidade só tenha acontecido mesmo no século XVI.
Esta antiga cidade pré-colombiana é o éden dos viajantes: imagine uma cidade construída há quase dois mil anos por um povo tão sábio e fascinante (e um tanto macabro) como os maias sendo abandonada, suspensa no tempo. Esse intercâmbio de valores e misticismo provindos dessa grande cidade maia a intitularam pela Unesco como Patrimônio da Humanidade e, além disso, como uma das sete maravilhas do mundo moderno.
Chegue cedo para poder explorar os seus cantos com a calma necessária para compreender a dimensão histórica que se eterniza naquele espaço. Caminhando por lá você encontrará templos, pirâmides, estátuas entre outros feitos que simbolizam a potência maia na sua qualidade astronômica, matemática, escrita e medicinal. Este lugar existe como um testemunho do conhecimento maia e da sua relação com o universo, atribuições que estão indiscutivelmente à frente de seu tempo e arquitetadas nos mínimos detalhes.
A criação do templo Kukulkan, por exemplo, uma das principais atrações do passeio, foi pensada para que durante o final da tarde do equinócio de primavera e outono raios de sol o atinjam e criem a ilusão ótica de uma Quetzalcoatl rastejando na construção, a famosa serpente emplumada que representa o deus do céu, do sol, do vento e do conhecimento. Ou experimente o fato de que a cidade foi projetada para criar um efeito acústico que permite que um discurso, a ser proferido em certos pontos, ecoem a longas distâncias, ou conheça o Jogo de Pelota, jogado na maior quadra de bola da Mesomérica ou aprenda sobre o jogo de futebol macabro dos maias, com um final fatal.
DICAS PRÁTICAS
São muitas descobertas ao longo desta cidade de 18 quilômetros, por isso, antes de começar a jornada tire uma foto do mapa que está na entrada e, ainda mais, contrate um guia (não é estritamente necessário porque há placas explicativas, mas torna tudo mais interessante). Aliás, para aproveitar esse dia, que tem tudo para ser um dos mais especiais da viagem, é importante já estar ciente da dinâmica funcional da visita:
Caso você esteja planejando levar sua Go-Pro ou uma câmera profissional, será necessário pagar uma taxa de filmagem para conseguir autorização, uma vez que o uso dos equipamentos de audiovisual são proibidos. E caso esteja planejando ir em um dia ensolarado, como o lugar não tem muitas sombras é bom se preparar para o calor intenso, ou seja, leve protetor solar e boné. Outra dica é sobre as feirinhas artísticas que estão por lá e que com certeza oferecem preços muito mais em conta do que em outras regiões, só cuidado para não ser roubado – literalmente -.
Em relação aos dias de visitação, melhor evitar ir aos domingos e feriados, pois a entrada é gratuita aos mexicanos. Aliás, se você quiser mesmo evitar qualquer tipo de aglomeração, há a opção de show noturno com tour auto guiado pelo ipod (você deixa a sua identidade para poder retirar o equipamento) e com número limitado de acessos; São 12 clipes com duração de cinco minutos em espanhol, projetados no templo Kukulka e que informam sobre os pontos das ruínas, bem como as tradições e rituais maias. Reserve o assento com antecedência para tentar ficar na primeira fila, porque os assentos não são elevados. O preço é de US $22 e a duração é entre 2h e 2h30, sendo necessário chegar 30 minutos antes do show.
E sobre os horários, seja o dia que for, melhor sair cedo! Por ser relativamente distante dos outros pontos turísticos – cerca de 2hrs -, é a única forma de aproveitar bem e ainda tentar encaixar a visita a um ou outro Cenote ao longo do trajeto.
Há três formas de se chegar ao Chichén Itzá: A primeira é por meio das agências, o que implica em roteiros pré definidos (talvez não seja possível contemplar certas atrações pelo tempo que gostaria), mas -dependendo da agência – você será concedido com ‘fura-filas’ e isso pode ser bem útil. A segunda opção é ir de carro, e parar no estacionamento. E a terceira, mais em conta e um pouco mais demorada, os ônibus da rodoviária.